quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Opinião

O mercado cervejeiro nacional demonstra que ainda teremos uma cultura consistente e muito forte no Brasil, assim como em países mais tradicionais: Bélgica, Alemanha, Inglaterra ou até mesmo os EUA que mostra claramente um infinito entusiasmo com o nobre líquido. Acredito no Brasil devido as pessoas que estão dentro e outras que estão entrando no mundo da cerveja, demonstrando grande amor e seriedade, porém esta cultura no Brasil vai demorar quanto tempo para se solidificar?

Em diversas oportunidades conversei com pessoas que trabalham e estão envolvidas direta ou indiretamente no setor, dos diversos estados Brasileiros, infelizmente há como dividir estes estados pelo desempenho e união na hora de levar educação cervejeira ao consumidor, fortalecendo muito o mercado regional e conseqüentemente o nacional.

Posso começar relatando o fato que as microcervejarias de determinada região mal se conhecem, pouco conversam, são extremamente concorrentes, óbvio que a concorrência tem que existir porém de forma sadia, e ficam brigando literalmente por migalhas, dado o número “ainda” pequeno de fiéis consumidores das cervejas produzidas por microcervejarias. Quem perde com isso? Todos nós, pois temos daí um mercado na qual o foco é o concorrente e não o consumidor, que levaria informação adiante e conseqüentemente uma proliferação da educação cervejeira, a própria cervejaria perde tendo pouco giro dos produtos, trabalhando apenas com produtos padrões (Pilsen e “Escura”) o famoso Arroz com Feijão, e a própria Cultura Cervejeira Nacional perde, pois atrasa ainda mais o fortalecimento da mesma.

Em comparação temos Estados trilhando caminhos muito consistentes neste sentindo, visualizaram que só juntos conseguirão trazer mais pessoas para este “lado da força” e que juntos irão conseguir mais benefícios, promovem diversos eventos ligados a cerveja, incentivam os cervejólogos, zitófilos, cervejeiros caseiros e afins, desenvolvem uma concorrência sadia, conversam entre si, reúnem-se com mais freqüência, naturalmente o estado se destaca e as cervejarias também, isso desperta a curiosidade do consumidor em conhecer o trabalho que está se desenvolvendo, assumindo este tipo de comprometimento sem dúvida facilita muito e provavelmente trará resultados, além do fato de levantar curiosidade de outras cervejarias em saber o que fazer para conseguir este destaque no mercado.

A resposta está ai!!! Enquanto se dispuserem única e exclusivamente em se preocupar com o vizinho, que ele é só concorrente e não pode ser parceiro, copiar o que ele está fazendo, ou achar que o consumidor é quem tem que bater a porta da cervejaria, assim as coisas realmente ficarão muito difíceis.

Porque não inovar? Então porque não juntar forças, reunindo todos em alguma das cervejarias e planejar uma ação conjunta, focada nos clientes, sem estimulo os habituais clientes das cervejas industriais não exitarão em continuar tomando suas garrafas pelo valor X ao invés de tomar um copo de chopp pelo valor Y. Informar-se mais sobre a cerveja no mundo, manter atualização constante, existem muitas fontes para pesquisa, aprender que a cervejaria além de ser um negócio é preciso gostar de cerveja, é necessário conhecimento, muitos locais ainda acham que no Brasil só o Pilsen vende e produzem três, quatro estilos de “Pilsen”.

O mercado artesanal cresce de maneira expressiva, entretanto os estilos de cervejas produzidos ainda no Brasil são insignificantes, o famoso arroz e feijão já está saturado no mercado, as pessoas gostam de degustar uma boa Pilsen, um bom bock ou dunkel, isso dando nome as cervejas oferecidas como “escuras” ainda em muitas microcervejarias, é dentro de casa que devemos demonstrar credibilidade, fazer a lição de casa, mas a saturação destes poucos estilos é fato, claro que “ainda’ nenhuma cervejaria no Brasil consegue se manter apenas com cervejas especiais, mas os consumidores em potencial precisam de incentivo. Um exemplo ruim disto são cervejeiros ou turistas rodarem quase 300km. para chegar em uma, duas, três cervejarias e tomar o chopp “claro ou escuro”, alguns ainda sem personalidade alguma. É preciso evoluir, arriscar, colocar na reta, pois quem está conseguindo solidificar a identidade cervejeira brasileira são os Homebrews, que a cada ano surpreendem e não param de reinventar estilos, vide o recente prêmio da Demoiselle, a Cerveja Tcheca, Moçambique. Quando é lançado algum estilo diferenciado por uma microcervejaria disposta a inovar, o sucesso é certo, todos querem tomar, comprar e o nome da cervejaria tem uma mídia espontânea imensa. Porque não se aproveitar disto?

O custo para produzir uma cerveja diferenciada é maior, entretanto o retorno a médio prazo é sólido e será gratificante, a Eisenbahn chegou aonde chegou por que? Produziu no Brasil a quatro anos atrás uma Weizenbock, lançou depois uma cerveja estilo Rauchbier, estilo que poucas pessoas conheciam, inovou, meteu a cara a tapa, a Colorado trilha o mesmo caminho, a Bamberg, a Falke bier, a Schmitt, e mais algumas poucas cervejarias estão dispostas a isso.
O brasileiro gosta do Arroz com feijão, porém uma macarronada ou uma pizza de vez em quando não vai nada mal, é super pertinente comentar sobre o slogan de uma microcervejaria americana que se encaixa perfeitamente neste momento: “Quatro ingredientes, infinitas possibilidades”, pronto esta ai uma resposta.

A burocracia brasileira é a pior barreira das microcervejarias, sempre favorecendo quem tem dinheiro, travando projetos de apoio a este mercado, exemplo foi não permitirem determinada cervejaria de produzir uma Wit bier comercialmente, devido a casca de laranja na receita, não poderia ter, porém a mais famosa Wit bier do mundo pode ser importada, o argumento do ministério foi que ela não é produzida aqui, daí pode?
Mesmo diante disto tudo acredito cada vez mais na cultura cervejeira brasileira e digo só uma coisa, pelo menos nós brasileiros não vamos desistir nunca.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Entrevista com Dudu Toledo da Nacional FT

O economista Luís Fabiani morou 3 anos nos Estados Unidos, conviveu com cervejeiros caseiros e acabou se apaixonando pelo assunto, estudou detalhadamente todo o processo para fabricação de cervejas caseiras.
De volta ao Brasil, começou a produzir cerveja em casa. Apresentou suas cervejas ao amigo que trabalha com computação gráfica Dudu Toledo que as degustava e sempre pedia mais. Resolveram em 2006 montar uma microcervejaria para colocar em prática as receitas caseiras de sucesso. Tiveram a sorte de conhecer Elvis, cervejeiro de primeira e já com experiência em produção.
Com um grande time já formado, ainda acolheram um químico, o bem humorado Deli Miranda que entende de limpeza como ninguém.
Pronto! Equipe cervejeira de primeira linha e que ainda conta com a gerente geral Fernanda Toledo para por ordem na casa.
Está é a MICROCERVEJARIA NACIONAL FT, que produz cervejas diferenciadas para um público "ainda" diferenciado, dentro do município de São Paulo é a única que produz cervejas comercialmente diferenciadas e com qualidade, poucos lugares comercializam os três estilos produzidos, estes foram escolhidos ao acaso, claro que se alguém tiver interesse em comercializar, eles podem produzir uma cerveja exclusiva para o estabelecimento, nada que uma boa conversa não resolva. Abaixo uma entrevista com o Dudu Toledo, que junto ao Luiz Fabiani e o Toni, estiveram em Santa Catarina e por pouco não participaram do evento destrutivo ao estado, mas a conversa aconteceu e degustem a sem moderação.


oBIERcevando - Quando vocês se reuniram e resolveram montar a Nacional FT?

Dudu Toledo
- Aprimoramos a idéia durante o 2ºsemestre de 2006. Abrimos o galpão em março de 2007.


oBIERcevando - Alías o qual o significado do nome Nacional FT?

DT
- Nacional por valorizar um produto artesanal brasileiro. FT são iniciais dos nossos sobrenomes: Fabiani e Toledo.


oBIERcevando - Em um mercado com tantas barreiras para a cerveja diferenciada e produções em menor quantidade, o que a Nacional FT veio mostrar?

DT - Procuramos criar receitas realmente diferentes, como a Van Eyck por exemplo, utilizando o levedo belga, ninguém faz uma cerveja assim aqui em São Paulo. Queremos começar a educar o paladar para cervejas diferentes, pois poucas pessoas conhecem.


oBIERcevando - O negócio de cervejas exclusivas para bares e restaurantes, veio do acaso ou fazia parte do plano de negócio?

DT
- Já fazia parte, foi o jeito que achamos de começar a fazer em pequena escala e divulgar nossas receitas para amigos e conhecidos.


oBIERcevando - Podemos dizer que é uma vantagem competitiva esta forma de negócio, cervejas exclusivas?

DT
- Creio que não, foi uma maneira de viabilizar o início de um negócio de produção em pequena escala.


oBIERcevando - As receitas (estilos) das cervejas, é a Nacional FT que oferece ou o estabelecimento que quer comercializar a cerveja já vem com a proposta?

DT
- É a Nacional que oferece e o estabelecimento ajuda a afinar a receita.


oBIERcevando - Qual estilo de cerveja a Nacional FT irá fazer ainda? Teremos alguma novidade?

DT
- Como somos muito pequenos, queremos testar inúmeras receitas de estilos diferentes.
Por enquanto, a idéia é comercializar apenas essas 3 receitas já existentes e testando novas internamente.


oBIERcevando - É previsto o aumento na capacidade de produção e um produto engarrafado? A longo ou médio prazo?

DT
- Engarrafado a longo prazo. Aumento de produção vai depender do rumo que vamos tomar.


oBIERcevando - O que é necessário em sua opinião para baixar o preço das cervejas produzidas em pequenas escalas?

DT
- O Problema é o custo elevado da matéria prima importada, e talvez se os bares diminuirem a margem.


oBIERcevando - Quais cervejas e locais comercializam os produtos da Nacional FT hoje?

DT
: São três estilos em quatro locais:
Drakes Ale – Drakes Bar e Pub;
Van Eyck Belgian Strong Ale – Bar Santa Madalena;
Lolita Pilsen – Pizzaria Ivitelloni e Clube Berlin.


oBIERcevando - Qual seria seu pedido se ao esfregar uma garrafa de cerveja e um "Gênio Cervejeiro" lhe concedesse um?

DT - Menos burocracia para conseguir os registros, leis e impostos diferenciados para incentivar e facilitar a vida do pequeno produtor.


oBIERcevando - E esta viagem a Santa Catarina, trouxe mais conhecimento cervejeiro?
DT - Muito. Principalmente nos modelos de equipamentos, tipo de piso, disposição, estrutura, metodologia de produção.


oBIERcevando - A pergunta de praxe, qual cerveja que realmente goste, além da Nacional FT, gostaria de estar tomando agora?

DT -
Putz, ontem tomei uma Delirium Christmas, uma edição especial de natal que uma amiga trouxe da Bélgica com 10% de alcool, maravilhosa!!!!!!

Mais informações: Microcervejaria Nacional FT

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Antares Barley Wine

O estilo Barley Wine é um dos meus preferidos, devido a sua grande complexidade. Possui alto teor alcoólico que varia entre 8% e 12% por volume, além disto tem outras características que particularmente aprecio, como o bom corpo, carga generosa de malte e bom amargor para equilibrar com o dulçor do malte.
É um estilo que também suporta “guarda”, é possível armazenar cervejas do estilo por até 10 anos, alguns exemplares ficam mais do que isso. Um bom exemplar nacional é a Schmitt de Porto Alegre, na qual degustei aqui.
Sua singular doçura é normalmente equilibrada com doses generosas de lúpulo, que fica misturado entre os sabores e não se destaca, criando um belo equilíbrio. O estilo foi criado na Inglaterra no começo do século XX e acredita-se que o primeiro exemplar foi a cerveja Bass Nº1 que ainda é produzida nos dias atuais.
Este estilo pede que seja tomado devagar, saboreando sua complexidade e apreciando sua variação conforme a temperatura do líquido vai se elevando.
Já tive a oportunidade de provar outros estilos da cervejaria argentina Antares e que na qual pude relatar um pouco da história da cervejaria, você pode conferir aqui.
Desta vez degustei um exemplar da Barley Wine, os outros exemplares me agradaram, este esperava não ser diferente, na realidade esta garrafa ficou guardada durante dois anos, pois sabia que muito nova ela talvez não agradasse, foi tiro e queda, uma bela cerveja com complexidade e um bom amadurecimento, conforme abaixo:


Cerveja: Antares
Apresentação: Long Neck 330ml.
Tipo: Barley Wine
Álcool: 10%
Cor: Alaranjada, leve turbidez, brilhante.
Espuma: Boa formação e muito duradoura.
Aroma: Complexo, malte, álcool, leve frutado, doce.
Paladar: Bom corpo, malte, mel, quente devido ao álcool, amargor destacado para o estilo, notas doces, a sensação residual deixa um agradável amargor e bom dulçor da carga de malte.
Comentário: No gole você primeiro recebe o amargor, depois vem o malte, para equilibrar. Percebe-se que a guarda trouxe outras notas a cerveja, foi possível sentir no aroma que ela sofreu um “amadurecimento”.
Em minha opinião, creio que o período de dois anos é suficiente para guarda desta cerveja, após este período ela provavelmente entra em declínio perdendo muitas características prazerosas encontradas. Se fosse para alterar algo, tiraria um pouco do amargor presente.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

“O dia depois de amanhã”

O filme que narra acontecimentos “ainda” não muito peculiares no planeta, e que se tornou uma realidade não muito distante, é o que mais se aproxima sobre o ocorrido em Santa Catarina nestes dias, falo por Blumenau. Parece que o Furacão Catrina que arrasou New Orleans nos E.U.A em 2005, resolveu voltar e acabar com o município, diversas pessoas perderam vidas, casas embaixo da água, casas soterradas, milhares de desabrigados e a maioria da cidade sem luz ou telefone. Água? Diversos municípios não sabem o que é desde Sábado, aqui em Blumenau foi decretado “estado de calamidade pública” e apenas ontem as coisas parcialmente se estabilizaram, a chuva deu uma trégua e aos poucos a cidade começa a respirar, mas ainda há sujeira pelas ruas, pessoas desabrigadas sem luz e água.
Agradeço aos caros amigos pela força, temos que continuar e superar as dificuldades, vamos voltar a falar sobre o precioso líquido, a nossa boa e velha cerveja.


A Harviestoun Brewery foi fundada em 1984 por Eric Harris e Ken Brooker, um ex-empregado da Ford Motor Company que trabalhou por mais de 20 anos na companhia. A Cervejaria foi instalada em um prédio que tinha cerca de 200 anos e ficava em uma fazenda na região de Dólar Glen na Escócia Central.
Depois Stewart Cail ingressou na equipe e liderou com Ken e Eric a cervejaria.


Cerca de cinco anos após a fundação a capacidade produtiva aumentou com a aquisição dos equipamentos da Cervejaria inglesa Devanha que tinha cessado suas operações.

Infelizmente nesta mesma época da ampliação, a cervejaria teria que deixar a fazenda, pois seu proprietário estava fazendo levantamentos topográficos para transformar a propriedade - oficialmente chamado Dollarfield Barns – em uma grande fazenda com sua devida casa. Por isso a cervejaria se mudou para Alva, a cerca de cinco quilômetros de distância do antigo local.
A cervejaria utiliza maltes e somente lúpulos frescos (flores) de todo o Reino Unido, Alemanha, Eslovénia, E.U.A e República Tcheca.


Em Janeiro de 2006 os proprietários encontraram um comprador digno e que continuaria a exercer adequadamente as atividades e conceitos da Harviestoun, hoje ela é propriedade da Caledonian Brewery, que fica em Edimburgo.

Abaixo uma degustação com três exemplares da cervejaria que acabam de chegar ao país:
Cerveja: Harviestoun
Tipo: Lager Beer
Apresentação: Garrafa 500ml.
Álcool: 4,8%
Cor: Dourado, levemente turva, opaco.
Espuma: Boa formação, queda lenta e duradoura.
Aroma: Lúpulo, malte, floral.
Paladar: Bom corpo, malte, lúpulo, fino amargor, sensação residual equilibrada entre malte e amargor.
Comentário: Com amargor menos intenso que sua irmã, porém presente, é uma cerveja agradável e fácil de degustar.



Cerveja: Harviestoun
Tipo: Bitter Apresentação: Garrafa 500ml.
Álcool: 4,2%
Cor: Dourado, levemente turva, opaco.
Espuma: Boa formação, queda lenta e duradoura.
Aroma: Lúpulo destacado, cítrico, notas malte.
Paladar: Bom corpo, leve residual de malte, lúpulo, amargor fino, sensação adstringente, aftertaste com agradável amargor.
Comentário: Boa cerveja, com uma carga generosa dos três lúpulos utilizados, Styrian Goldings, Hallertau Hersbrücker e o Challenger. O lúpulo se destaca em todas as sensações e de uma forma não agressiva. Os lupulomaníacos de plantão, eu sou um, sem dúvida gostarão do exemplar. Se tivesse que fazer alguma alteração nesta cerveja, talvez deixaria um pouco mais de dulçor residual.


Cerveja: Harviestoun
Tipo: Dark Beer
Apresentação: Garrafa 330ml.
Álcool: 6%Cor: Escura, preta, turva, opaca.
Espuma: Boa formação, queda lenta e duradoura.
Aroma: Torrefação, café, chocolate, notas de lúpulo.
Paladar: Bom corpo, chocolate, malte torrado, sensação residual de torrefação com final seco.
Comentário: Cerveja com personalidade, seu corpo é “denso”, em sua receita entra aveia e realmente lembra um óleo de carro, pois é viscosa. Possui ótimo equilíbrio entre doçura, torrado e amargor.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Meantime Wheat


Mais um exemplar recém desembarcado no Brasil da Cervejaria Meantime importado pela Brasilways. É a Meantime Wheat, no Brasil o estilo se popularizou como Weiss ou então Cerveja de Trigo, este estilo de cerveja já tem muitos adeptos no país e creio que no verão vai “fazer a cabeça” de muita gente. Particularmente é um estilo muito delicado para se produzir, não pelos ingredientes em si, mas principalmente pela cepa de levedura, ou fermento que se utiliza no preparo.
Neste estilo é necessário encontrar características muito peculiares como o aroma de cravo, notas de banana, tudo isso produzido pela levedura e que geralmente é comercializada líquida, dificultando o transporte.
No paladar ela deve se comportar com certa acidez proveniente do trigo, boa carbonatação, tornando-a bem refrescante e pitadas de cravo e banana.
Este exemplar da Meantime leva dois tipos de malte, trigo é um, o outro é o Pale Ale, além de dois tipos de lúpulo o Perle e o Northern Brewer.
As cervejarias estão gradativamente deixando o aroma e paladar mais puxados para o cravo, talvez no intuito de deixar a cerveja com caraceterísticas um pouco menos “doces” e conseqüentemente com menor rejeição, este exemplar é um bom exemplo disto, abaixo impressões:


Cerveja: Meantime
Apresentação: Garrafa 330ml.
Tipo: Weiss
Álcool: 5%
Cor: Dourada intenso, turva, opaca.
Espuma: Boa formação, média duração.
Aroma: Cravo, doce, ligeiras notas banana.
Paladar: Médio corpo, muito carbonatada, leve amargor, ligeira acides, cravo, sensação residual levemente doce com notas de cravo.
Comentário: Mais um estilo da Cervejaria Meantime que realmente sabe reproduzir os estilos ingleses.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sou Brasileirooo......


Essa eu já sabia !!!!!

Sabemos como algumas cervejarias estão se destacando pelos bons produtos e um trabalho muito centrado na educação cervejeira do consumidor brasileiro. E ontem, em Nuremberg, Alemanha, foram confirmados os grandes campeões do European Beer Star, um dos mais importantes concursos cervejeiros do planeta, da galáxia eu diria....
Assim como na China, alguns brasileiros não fizeram feio e subiram ao pódium , representaram bem e certamente colocaram o Brasil na rota cervejeira mundial, após um breve descuido de Murray, que comentou que a Demoiselle era água, gelo e álcool, ficou provado que não é, e certamente a opinião dele não refletiu em nada no concurso. Depois de avaliada por 65 especialista de todo o mundo, inclusive com uma representante brasileira, a Cilene Saorin, eis que a Demoiselle arrebata uma medalha de Ouro no festival, é do Brasilllllllll. Bom só tenho a parabenizar Marcelo, Rodrigo e Ricardo Rosa pelo ótimo trabalho, vocês merecem. Já fiz uma excelente harmonização da Demoiselle com o chocolate Nugali, para ler clique aqui.

A Eisenbahn está virando figurinha carimbada no festival, pelo segundo ano consecutivo pegou um bronze com a perfeita Dunkel na categoria German-Style Schwarzbier e desta vez uma novidade, receberam um bronze também com a Pilsen na categoria Mild Beer. Demonstrando para todos o quanto é possível manter processos e qualidade, mesmo tendo sido adquirida pela Schincariol, quem deixou de toma-la por causa disto, deveria pensar novamente sobre o assunto.

E mais uma estreante no hall das campeãs vem de São Paulo e também foi recém adquirida pelo grupo Schincariol, foi a Baden Baden, arrematou na categoria Dry Stout um Ouro, é do Brasilllllll. Creio que com estas boas colocações o Brasil surge como uma surpresa para o mundo, demonstrando que existem muitas mais cores e sabores do que as lagers pálidas e sem sabores que todos acham que é a única cerveja produzida por aqui.

Parabéns a todos os participantes brasileiros, com certeza ano a ano este hall aumentará e sem sombra de dúvida são títulos que teriam que ser comemorados aqui no Brasil com carreata nas cidades, um desfile das campeãs em carro de bombeiro, jorrando chopp para o público, inclusive para aqueles que ainda não descobriram estas maravilhas do Brasil.
Parabéns Colorado, parabéns Baden Baden, parabéns Eisenbahn e parabéns as outras cervejarias que participaram, mas que neste este ano ainda não comemoraram um título, o importante é não desistir. E com tudo isso quem ganha ainda mais é o consumidor brasileiro, que tem a disposição estas cervejas. Abaixo classificação:

- Cerveja Colorado Demoiselle – Medalha de Ouro na categoria Porter
- Cerveja Eisenbahn Pilsen – Medalha de Bronze na categoria Mild Beer
- Cerveja Baden Baden Stout – Medalha de Ouro na categoria Dry Stout
- Cerveja Eisenbahn Dunkel – Medalha de Bronze na categoria Schwarzbier

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Estrella Damm e Voll Damm

A Cervejaria S.A Damm é uma grande indústria cervejeira da Espanha, fica localizada em Barcelona. Foi fundada a exatos 132 anos por August Kuentzmann e o mestre cervejeiro Joseph Damm que era seu primo. O carro chefe é uma das cervejas mais conhecidas da Espanha, a Estrella Damm, uma lager que remete as Pilsen porém com toda a suavidade que a maioria dos consumidores prefere, além dela é produzida a encorpada Voll Damm, uma lager do estilo Märzenbier que foi fabricada pela primeira vez em Março de 1953 e depois repetida anualmente, com o sucesso a cervejaria resolveu fabrica-la durante o todo o ano.
Este sucesso da Voll Damm ainda lhe rende bons admiradores, pois foi premiada em 2004 no International Beer competition e recentemente eleita a melhor strong lager do mundo pela Revista Beers of the world em 2007.
Estas cervejas estão chegando ao Brasil através da BrasilWays que vem agregando muito aos paladares dos consumidores e aos Homebrews com importações exclusivas de produtos. Abaixo a avaliação destas cervejas.
Cerveja: Estrella Damm
Apresentação: Garrafa 330ml.
Tipo: Pilsen
Álcool: 4,6%
Cor: Dourado claro, limpa, brilhante.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Cereais, lúpulo, malte.
Paladar: Médio corpo, malte, lúpulo, sensação residual com ligeiro amargor.
Comentário: Cerveja suave, lembra as cervejas nacionais.
Cerveja: Voll Damm
Apresentação: Garrafa 330ml.
Tipo: Märzen
Álcool: 7,2%
Cor: Acobreada, limpa, brilhante.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Malte, leve doçura, lúpulo, notas álcool.
Paladar: Bom corpo, malte, suave doçura, notas de álcool, algo condimentado, sensação residual com amargor persistente.
Comentário: Cerveja equilibrada, seus 7,2% são pouco percebidos e seu paladar apresenta bom drinkability. Vale a degustação.

domingo, 9 de novembro de 2008

Cervejas Meantime

Parte do rótulo da Union

A Brazil Ways, importadora do Paraná, trouxe para o Brasil com exclusividade cervejas de três países diferentes, da Espanha, Inglaterra e Escócia. Da Espanha vieram cervejas da Estella Damm, que falarei em outro post, da Escócia vieram três estilos da Cervejaria Harviestoun que apresentaram grande personalidade.
A novidade vinda da Inglaterra é de uma cervejaria relativamente nova, porém madura, sabe para o que veio e aonde quer chegar, ela foi inaugurada em 1999 e já possui respeito na Inglaterra e em outros países do mundo, no entanto que é a única cervejaria inglesa premiada consecutivamente nas três últimas edições do World Beer Cup, falo da Cervejaria Meantime que tem sua sede em Londres. Quando Jeff Evans aprovou as cervejas da Eisenbahn logo que foram publicadas na Revista Beers of The World, ele comentou que a cervejaria brasileira tem uma linha eclética, assim como Samuel Adams nos Estados Unidos e a Meantime na Inglaterra, são muito bons em recriar estilos clássicos de cerveja.

Realmente o Jeff Evans sabe o que fala, pois a Eisenbahn nós conhecemos, a Samuel Adams conheci alguns exemplares e fiquei impressionado e agora com a Meantime aportando no Brasil pude ter certeza que a cervejaria inglesa é boa em recriar estilos e tem uma linha eclética, afinal chegaram a Meantime London Porter, Meantime Wheat, Meantime IPA e a Meantime Union, sobre as duas primeiras comentarei em breve, abaixo comentarei sobre a degustação da Union, que é uma cerveja do estilo Viena e logo após degustei a IPA que vem acondicionada em uma embalagem maravilhosa, garrafa de 750ml com rolha, o líquido é divino, ótimo equilíbrio, bom corpo, bom aroma e de ótimo drinkability. Abaixo impressões.

Cerveja: Meantime
Apresentação:Garrafa 330ml.
Tipo: Viena
Álcool: 4,6%
Cor: Avermelhada, limpa, brilhante.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Malte, café, toffe, notas doces, notas defumadas.
Paladar: Médio corpo, malte, café, defumado, leve residual doce, sensação residual amarga, provavelmente vinda do malte torrado.
Comentário: Cerveja com bom equilíbrio.

Cerveja: Meantime
Apresentação: Garrafa 750ml c/ rolha.
Tipo: IPA – India Pale Ale
Álcool: 7,5%
Cor: Alaranjada, leve turbidez, brilhante.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Lúpulo, cítrico, malte, notas doces.
Paladar: Bom corpo, malte, doce residual, lúpulo, equilibrado amargor, notas de álcool, sensação residual amarga, perfeitamente equilibrada com agradável doçura.
Comentário: Excelente cerveja, uma das melhores IPA que já pude degustar, vale cada centavo. Apesar da embalagem ser maior, pediria um bis fácil, fácil.
Mais informações: Brasil Ways

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Negra Modelo


Negra Modelo é a cerveja mais conhecida do México, pertence a "elite das cervejas" no país, é uma das cinco principais cervejas produzidas e exportadas pelo Grupo Modelo, além dela podemos citar a tradicional Corona que também é produzida pelo empresa, sobre esta comentarei em outro post. A Negra Modelo foi introduzida no mercado cervejeiro do México, perto do final da década de 30. Uma cerveja premium, que possui grande distribuição no país, é a líder entre as cervejas “escuras”.

Esta cerveja do tipo Viena-Munique tem tido uma extraordinária aceitação nos mercados internacionais. Cerca de cinco anos atrás era possível encontra-la em pontos de venda no Brasil, depois acabou sumindo do mercado, porém encontrei novamente em alguns locais a venda por aqui recentemente, este exemplar veio na mala de um amigo da Argentina. Abaixo impressões:


Cerveja: Negra Modelo
Apresentação: Garrafa 330ml.
Tipo: Viena
Álcool: 5,3%
Cor: Castanho, limpa, brilhante.
Espuma: Média formação, queda lenta, duradoura.
Aroma: Malte, caramelo, ligeira torrefação.
Paladar: Médio corpo, agradável amargor, malte, notas doces, sensação residual equilibrada entre o doce e uma breve adstringência.
Comentário: Cerveja suave, fácil de beber e que com bom equilíbrio.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Intrepidus Nocturnum II

Arrisco dizer que nós apaixonados por cerveja, driblamos todos os obstáculos para conseguir alcançar nossos anseios cervejeiros, desde a busca por um exemplar único ou até mesmo produzir uma cerveja inusitada em casa, já que o hobby no Brasil, cada vez mais dá asas aos cervejeiros caseiros.

Seguindo o preceito de que duas cabeças pensam melhor do que uma, dois dos cervejeiros caseiros mais habilidosos do Brasil juntaram forças, Mauro Nogueira da Confraria do Marques e o Ricardo Rosa resolveram brincar um pouco com as panelas, no início do ano, o Ricardo e o Mauro fizeram a Intrepidus Nocturnum I, uma cerveja escura, com uma quantidade razoável de malte torrado, fermento belga e aproximadamente 11,4% de teor alcoólico.
Com o sucesso da primeira resolveram continuar a série, fazendo a Intrepidus Nocturnum II. Uma cerveja rica em todos os pontos, com alto teor alcoólico, alta complexidade e mais uma vez extrapolando regras, uma verdadeira Extreme Beer.
O nome foi inspirado na Delirium Nocturnum, que tem em seu rótulo um elefante cor de rosa, guardaram daí uma idéia de rótulo. Outro inspiração veio da Intrépida Trupe, um grupo carioca de teatro/dança que se inspira na magia do circo e que leva as pessoas longe com seu espetáculo, esta inspiração que motivou os nobres cavaleiros a fazer cervejas extremas. Surgiu daí um rótulo feito em pouco tempo somando as duas fontes, os elefantes cor de rosa atuando em um picadeiro de circo. E sem mais delongas segue impressões.


Cerveja: Intrepidus Nocturnum II
Apresentação: Long Neck 355ml.
Tipo: Extreme beer
Álcool: 15,4%
Cor: Escura, leve tom avermelhado, brilhante .
Espuma: Baixa formação, entretanto se manteve, duradoura.
Aroma: Malte, caramelo, chocolate, doce, álcool, frutas escuras, complexo.
Paladar: Bem encorpada, agradável doçura, baixa carbonatação, ameixa, caramelo, quente, licorosa, picante, sensação residual quente, alcoólica.
Comentário: Dispensa comentários, complexidade em todos os sentidos, diversos tons aromáticos, no paladar uma explosão de sabores, claro que a parcimônia deve acompanhar a degustação desta cerveja, sem dúvida a lenda de que duas cabeças pensam melhor que uma se fez valer. Parabéns aos caros amigos pela extrema cerveja e que venha mais alguns litros dela.


Mais informações:
Confraria do Marques
Blog da Cervejarte

domingo, 2 de novembro de 2008

Carlsberg Semper Ardens Weisse

Carlsberg Semper Ardens Weisse, foi a quarta cerveja fabricada para a linha de cervejas especiais do grupo cervejeiro Carlsberg. Esta cerveja de trigo segue os padrões da Semper Ardens, linha da Cervejaria que oferece os mais altos padrões de fabricação porém com um toque contemporâneo.
Cervejas de trigo são comuns hoje no mundo inteiro, é o segundo estilo de cerveja mais difundido no mundo e ganha cada vez mais força no Brasil, é um estilo de cerveja típico da Alemanha, onde são conhecidos como Weisse ou Weizen. A receita tradicional utiliza 50% de malte de trigo, mas o Mestre Cervejeiro da Carlsberg, Christian Luxhøj, fez uma nova interpretação do estilo e na formulação adicionou suco de maçã dinamarquês.
A cerveja foi fermentada com leveduras de alta fermantação e que ajudam a desenvolver o cravo, aroma característico da cerveja. Junto com o malte de trigo, três tipos de malte de cevada foram utilizados, Pilsner, Munique e malte caramelo. O suco de maçã orgânico é acrescentado no final do processo cervejeiro. Infelizmente ainda não está disponível no Brasil, segue abaixo impressões:

Cerveja: Carlsberg Semper Ardens
Apresentação: Garrafa 660ml.
Tipo: Weiss
Álcool: 5%
Cor: Dourada, turva, opaca.
Espuma: Boa formação, média duração.
Aroma: Cravo, doce, ligeiras notas banana, cítrico.
Paladar: Médio corpo, boa carbonatação, baixo amargor, ligeira acidez, cravo, sensação residual levemente doce com notas de cravo.
Comentário: Boa cerveja, a proposta era ter uma cerveja refrescante, eles atingiram em cheio o objetivo.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Ultimo Gole

Minas Beer Fest


O Minas Bier Fest Festival de Cervejas Especiais de Minas Gerais que acontece neste final de semana pretende promover e incentivar as micro cervejarias artesanais do estado, proporcionando aos produtores possibilidade de adquirir novos conhecimentos, negócios e oferecer ao público amplo conhecimento da cultura cervejeira no país. Uma oportunidade especial para realçar a força da cena cervejeira Mineira.
É crescente o apelo em torno das cervejas especiais no Brasil. O momento é propício para consolidar este movimento em Minas, e em Belo Horizonte, que está firmando-se como um dos principais pólos cervejeiros do país. A primeira edição do Minas Bier Fest vai divulgar e fomentar novos negócios envolvendo as cervejas especiais mineiras. São elas: Artesamalt, Backer, Brusk, Falke Bier, Áustria/Krug Bier, Trovense, Wäls e a Acerva Mineira que é a Associação dos Cervejeiros Artesanais de Minas Gerais.
O Evento acontecerá neste final de semana nos seguintes horários: Sexta-feira (31/10) de 18h às 24h, no Sábado (01/11) de 12h às 24h e no Domingo (02/11) de 11h às 20h.
O local do evento é no Domus XX - Br 040 (saída para o RJ - em frente ao Mixx Garden) que fica na Avenida Toronto, n° 20 - bairro Jardim Canadá.
Workshop Cerveja Caseira

Sabado passado ocorreu em Pomerode na Cervejaria Schornstein o workshop realizado pelo pessoal da Acerva Catarinense junto com a Cervejaria, na qual tive a honra de ser um dos palestrantes. O Evento foi um sucesso, dado o número de pessoas que compareceram, vindo de diversas cidades, mostrando que o “hobby” está contagiando bastante gente.
Durante o evento foi produzida uma cerveja do estilo ESB (Extra Strong Bitter) na qual a Opus, do Marco Zimmermann e o Murilo Foltran, ficaram em segundo lugar no Concurso Mestre Cervejeiro da Eisenbahn ano passado, todo o processo de preparo foi feito passo a passo no saguão da cervejaria. Durante as etapas do processo, os palestrantes puderam passar um pouco mais de informações para os participantes, que demonstravam bastante interesse. O Claudio Zastrow é quem ficou encarregado de falar mais detalhadamente sobre os ingredientes e do processo de fabricação em maior escala, depois veio o Raphael Tonera, com sua experiência na panelas, falar um pouco sobre suas produções, detalhar sobre os concursos que participou e do título este ano em MG. E por ultimo eu falei um pouco sobre o mundo da cerveja, sobre as principais escolas, sobre estilos de cervejas mais “incomuns” e sobre a cena cervejeira no Brasil.
Foi um dia de muito aprendizado e troca de experiências e brindes, foram sorteados aos participantes as três trapistes Westvleteren (6,8,12) gentilmente trazidas pelo Claudio Zastrow e um Kit para fazer cerveja da Brasil Ways.
E claro agradecer a equipe da WE consultoria que gentilmente participou e trouxe insumos para o preparo da cerveja. Uma tarde muito boa e que trouxe mais pessoas para este lado da força. Parabéns a todos pelo evento, devido ao sucesso em breve ocorrerá outro, mais informações no decorrer das semanas.


Campanha Bavaria Premium

As poucas cervejas industriais que ainda tem algo a mostrar no Brasil, fazem parte sim, do dia a dia da maioria dos cervejeiros de plantão. A Bavaria Premium é uma delas, se ela mudou? Talvez só o mestre cervejeiro encarregado de sua produção saiba.
A cerveja está com uma nova campanha no ar para divulgar a marca, conta com um site e também um blog aonde foram escalados seis blogueiros dos mais variados assuntos, conhecidos por fazerem posts com qualidade “premium”, assim como a cerveja. O blog é apenas patrocinado pela cerveja, eles não tem obrigação nenhuma de falar bem da cerveja em questão.
Por último houve a reformulação do site da bavária premium, com uma navegação bem
interessante e bonita, vale a pena conferir aqui.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ultimo Gole - Extra


COMUNICADO DE INDIGNAÇÃO
Movimento “Quem é você que não sabe o que diz”

A Cervejaria Colorado vem a público manifestar sua indignação ao comentário maldoso, pouco ético e sem fundamento emitido pelo mestre-cervejeiro da Guinness, Sr. Fergal Murrey, em relação à cerveja brasileira.

Agora que a Europa está em crise, parece que as grandes cervejarias estrangeiras começam a ter um grande interesse no nosso mercado. Semana passada esteve em São Paulo o cervejeiro da Guinness Sr. Fergal Murray “a convite” da multinacional DIAGEO, para ensinar brasileiro a beber cerveja, a deles.

Foi ao Anhanguera, que só vende cervejas artesanais brasileiras, e com uma careta qualificou a cerveja Demoiselle, da Cervejaria Colorado, como “É café, gelo e álcool”. Oras bolas, Sr. Murrey! Gosto à parte, mas paladar é fundamental nesta nossa jornada de cervejeiro. Preferimos acreditar que fôlego lhe faltou neste maravilhoso tour beergastronômico pelo Brasil. Pior ainda foi que o comentário saiu publicado no Jornal da Tarde do último dia 21/10/2008, sob o título “Em busca da loira perfeita”.

Em resposta a este palpite infeliz do Sr. Fergal Murray, fazemos questão de manifestar nossa indignação e desrespeito à cerveja brasileira, que com muita luta vem criando sua própria escola, com muita garra, perseverança e dedicação das micro-cervejarias.
O referido palpite do Sr. Murrey não surtiria tanta indignação se viesse de uma observação isenta, mas o texto já desde o título dita idéias eugênicas (“Em busca da loira perfeita”, como se toda cerveja fosse loura e alguma delas perfeita), e segue num tom abertamente colonizador com o cervejeiro, pretendendo ensinar o repórter a beber, ser homem e assumir o controle. Rechaçamos com veemência esse tipo de postura.

Quem nos lê sabe que a Cervejaria Colorado é brasileira com muito orgulho, e utiliza os melhores ingredientes somados a toda criatividade de profissionais respeitados e premiados no segmento para elaborar seu portifolio. E a Colorado não faz só a Demoiselle, faz vários outros tipos de cerveja usando maltes e lúpulos, é claro, mas também ingredientes tipicamente regionais, como o mel de laranjeira, a mandioca, a rapadura e o café. Isso nos difere das estrangeiras, está fazendo com que nossas vendas aumentem a cada dia, e o mais importante, estamos agradando e construindo o paladar brasileiro para as cervejas premium. Será que é isso que aflige a produção massificada a ponto de ser recebermos comentários nada éticos como o do Sr. Murrey?
Então, como ninguém da Cervejaria Colorado vai à Irlanda espinafrar por escrito as cervejas irlandesas, resolvemos dedicar um sambinha ao Sr. Murray:
PALPITE INFELIZ
(CANÇÃO ADAPTADA de Noel Rosa, em honra a Ricardo Rosa, autor da Demoiselle)
Quem é você que não sabe o que diz?
Meu Deus do Céu, que palpite infeliz!
Salve Dado, Bamberg, Falke
Wals e o Schmitt
Que sempre souberam muito bem
Que a Colorado não quer abafar ninguém,
Só quer mostrar que faz cerveja também
Fazer cerveja em Ribeirão é um brinquedo
Temos bons chopes sabe até o arvoredo
Eu já chamei você pra ver
Você não viu porque não quis
Quem é você que não sabe o que diz?
A Colorado é uma cervejaria independente
Que tira chope, mas não quer tirar patente
Pra que ligar a quem não sabe
Aonde tem o seu nariz?
Quem é você que não sabe o que diz?

Deixamos aqui registrado nosso pesar ao paladar vicioso do Sr. Murray, que ao experimentar o novo e inusitado produto tropicalizado brasileiro não soube apreciar o que tem sido aclamado pelo público nacional. A todos os outros desejamos um brinde!
Segue link da matéria do JT para quem quiser conferir na íntegra:

Em busca da loira perfeita.

OBS. REPASSE ESTA MENSAGEM A TODOS QUE APRECIAM A CERVEJA NACIONAL E O TRABALHO DAS MICROCERVEJARIAS BRASILEIRAS.

Marcelo Carneiro da Rocha
Presidente da Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto / SP – Brasil
marcelo@cervejariacolorado.com.br


Pode acreditar que estamos juntos, a postura adotada pelo cervejeiro e a forma na qual foi retratada suas atitudes foram desnecessárias, não acrescentou em nada, parece que se se ele fala todos tem que baixar a cabeça. Cerveja não é isso, como dizia o caro e lendário Michael Jackson: procuro as qualidades escondidas em todas as cervejas. Ele ainda escreveu que se julgasse uma cerveja exclusivamente pelos seus defeitos e impressões ruins nunca tomaria a melhor cerveja, e sim a menos pior. Valeu Michael e que isto sirva de lição não só para o Murrey mas para todos que estão aprendendo a gostar do nobre líquido.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Cervejas Jacobsen

Tive a oportunidade de degustar a Jacobsen Vintage Nº 1, a cerveja mais cara do mundo e lá relatei um pouco da história desta cervejaria, você pode conferir aqui.
Desta vez pude degustar três dos produtos de linha da cervejaria, a Vintage é sazonal, são quatro produtos em linha e há outros lançados esporadicamente. A cervejaria Carlsberg é uma grande indústria cervejeira e se aproveita disto muito bem, fomenta o mercado Dinamarquês com muita eficiência, produzindo diversos estilos de cerveja, patrocinando festivais cervejeiros e apoiando associações cervejeiras do país, um bom exemplo em como ajudar na educação cervejeira dos consumidores. Abaixo impressões dos estilos degustados.


Cerveja: Jacobsen
Apresentação: Garrafa 330ml.
Tipo: Pilsen
Álcool: 5,5%
Cor: Dourado intenso, limpa, brilhante.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Malte, biscoito, lúpulo, floral.
Paladar: Bom corpo, malte, notas adocicadas, lúpulo, amargor equilibrado, sensação residual bem equilibrada malte/lúpulo.
Comentário: Boa cerveja, possui bom drinkability devido ao perfeito equilíbrio dos ingredientes.

Cerveja: Jacobsen
Apresentação: Garrafa 330ml.
Tipo: Brown Ale
Álcool: 6%
Cor: Rubi, limpa, brilhante.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Leve adocicado, caramelo, notas torradas.
Paladar: Médio corpo, notas doces, torrado, caramelo, baixo amargor, álcool, sensação residual com agradável doçura.
Comentário: Boa cerveja, fácil de degustar.

Cerveja: Jacobsen
Apresentação: Garrafa 330ml.
Tipo: Dark lager
Álcool: 5,8%
Cor: Castanho, limpa, brilhante.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Malte, torrado, chocolate, doce.
Paladar: Médio corpo, malte, notas adocicadas, médio amargor, leve torrado, sensação residual ligeiramente seca.
Comentário: Boa cerveja, porém para o estilo poderia ter um pouquinho menos de notas doces.


terça-feira, 21 de outubro de 2008

Workshop: Produção Caseira de Cervejas Especiais

A Associação dos Cervejeiros Artesanais de SC (ACervA Catarinense) promove no próximo sábado, dia 25 de outubro, nas dependências da Cervejaria Schornstein, em Pomerode, o Workshop "Produção Caseira de Cervejas Especiais".
O objetivo do evento é apresentar o processo de produção da cerveja caseira, através de uma "brassagem" no próprio local, por membros da ACervA Catarinense e complementando com palestras sobre cerveja.
O evento é destinado tanto aos cervejeiros caseiros que desejam debater sobre o processo quanto para todos aqueles que desejam aprender sobre o nobre líquido. O evento começa às 11hs. da manhã, se estendendo até o final da produção da cerveja, que deve ocorrer por volta das 18h.
O custo para participação é de R$50,00 para não associados da Acerva, R$30,00 para sócios da ACervA Catarinense e para as mulheres, com direito a:
- Almoço no restaurante da cervejaria;
- Rodada de degustação de chopes da Schornstein;
- Degustação de cervejas caseiras.
- Visita a área de produção da cervejaria.
*Chopes e petiscos consumidos no bar da cervejaria não estão inclusos.
As palestras serão as seguintes:
- Abertura: Marco Aurélio Zimmermann (Presidente da ACervA) e Murilo Foltran (cervejeiros da Opus - Cerveja Caseira do Campeche);
- Fabricação de Cerveja: Claudio Zastrow (Mestre Cervejeiro);
- Cervejas Caseiras: Raphael Tonera (Vencedor do III Concurso Nacional de Cervejas Caseiras na categoria "belga");
- O Mundo da Cerveja: Paulo Feijão (Cervejólogo e dono do blog "oBIERcevando").
As vagas são limitadas e só serão reservadas mediante depósito antecipado. Para reservas, enviar um email para acervasc@gmail.com ou ligue para (048) 84065422 com Marco.
Este será o primeiro dos muitos eventos que serão realizados no estado, porém neste há uma diferencial, este é o ultimo final de semana da Oktoberfest e após o curso iremos curtir a festa que este ano apresentou o maior número de cervejas diferentes de todos os anos, demonstrando que a cada dia o consumidor brasileiro torna-se mais exigente.

domingo, 19 de outubro de 2008

Cerveja Tcheca

O desafio era grande, produzir uma verdadeira Bohemian pilsen, sonho de qualquer brasileiro, cansando das “pilsens” sem personalidade do mercado. A idéia era fazer uma verdadeira pilsen brasileira seguindo a tradição Tcheca, claramente evidenciada pelo malte e pelo querido lúpulo Saaz. A frente deste desafio está uma verdadeira tropa de elite, Leonardo Botto, Eduardo Passarelli e o estimado Alexandre Bazzo da Cervejaria Bamberg, onde foi produzida a cerveja.

A Cerveja Pilsen Extra Tcheca foi lançada oficialmente no III Concurso Nacional de Cervejas Artesanais, em Belo Horizonte, na qual os presentes puderam experimentar “on tap” o nobre líquido, e recentemente foi lançada a versão engarrafada, que já teve toda sua produção vendida, parabéns aos caros amigos pelo ótimo trabalho e abaixo segue impressões:

Cerveja: Tcheca
Apresentação: Long Neck 355ml.
Tipo: Bohemian Pilsen
Álcool: 5,4%
Cor: Dourado intenso, limpa, brilhante.
Espuma: Boa formação, queda lenta, duradoura.
Aroma: Malte, lúpulo, leve adocicado, floral.
Paladar: Bom corpo, malte, lúpulo, amargor persistente, nota ligeiramente doce, sensação residual maltada bem equilibrada com amargor.
Comentário: Cerveja bem equilibrada, seria fácil a cerveja do dia a dia.
Mais informações: Blog da Tcheca.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

1º Cervexpo


1° Cervexpo - Exposição Latino Americana de Colecionismo Cervejeiro, que acontece no Shopping Total, em Porto Alegre, entre os dias 17 e 19 de outubro.
O evento promove no dia 18, na praça central do shopping, das 9h às 18h, mostra gratuita e aberta ao público onde serão apresentados e vendidos produtos cervejeiros como por exemplo copos, bolachas, camisetas, baldes etc. Serão aproximadamente 90 expositores representando colecionadores de artigos ligados à bebida na América Latina e Europa.


O programação do evento ainda inclui visitas à fábrica do Grupo Schincariol em Igrejinha (RS), palestras sobre o mundo cervejeiro, degustações da linha Schincariol e Premium (Baden Baden, Devassa e Eisenbahn) almoço de confraternização e leilão de artigos raros.

As inscrições para participar da programação completa devem ser feitas no site do Tcherveja - Clube Gaúcho Cervejeiro, que está organizando o evento, no endereço http://www.tcherveja.com.br/ .


Infelizmente não poderei participar do evento, uma pena, mas quem for a Porto Alegre ou mora na região tem que participar, pois além dos inúmeros itens cervejeiros a disposição, terá disponível boas cervejas e ótimas pessoas, parabéns a todo pessoal do Rio Grande do Sul que vem se destacando na divulgação da cultura cervejeira, promovendo ótimos eventos e produzindo muita coisa boa.


terça-feira, 14 de outubro de 2008

Oktoberfest 2008

No dia 09 de Outubro teve início a 25º Oktoberfest em Blumenau, ano passado pude detalhar sobre a história da festa na cidade, confira aqui, cada ano a festa está mais consistente e bonita. As decorações nos pavilhões e deocorações das cervejarias estão mais estruturadas, características, trazendo grande identidade visual a festa. Os estilos das cervejas continuam gradativamente evoluindo e logo abaixo falarei sobre as opções cervejeiras na festa. Para quem deseja vir na festa e aproveitar conhecendo os pavilhões, observando a estrutura armada pelas cervejarias, o conselho é que seja no período das 17:30 às 21:00, depois os pavilhões já ficam mais lotados. Sobre as cervejarias:

A Brahma é a patrocinadora oficial da festa, ocupa dois pavilhões na festa, trouxe diversos tanques para decorar os pontos de venda que disponibilizam os chopes Brahma Pilsen, Brahma Black e o chopp Liber, novidade da empresa, apostando na Lei Seca, o copo de chopp com 400ml. custa R$ 3,75



O Brahmagarten este ano trouxe menos variedades de cervejas do que o ano passado, o preço também sofreu alteração, estão disponíveis no pavilhão 3 da Vila Germânica três versões da Cerveja Franziscaner (Weiss; Dunkel Weiss e Kristal) custando R$ 8,00 a garrafa de 500ml.
Tambén estão a venda duas versões da Leffe (Blond e Brune) e a Hoegaarden que custam R$ 6,00 cada uma, e por ultimo nas importadas vem a Stela Artois a R$ 5,00 a long Neck


O tema da Eisenbahn este ano traz a história sobre oito personagens que fizeram parte da Oktoberfest, os espaços da cervejaria remetem aos homenageados, eles são responsáveis pela estrutura que a festa tem hoje, caso queria conferir a história de cada um clique aqui, a cervejaria disponibilizou os chopes Pilsen, Weizen e os premiados Dunkel e Pale Ale ao preço de R$ 3,75 cada copo com 400ml. E as novidades são por conta das cervejas em garrafas que estão disponíveis: Kölsch, Oktoberfestbier, Natural, Rauchbier, Weizenbock, Strong Golden Ale e a Fünf ou cinco, ao preço de R$ 4,00 a garrafa.


A Bierland de Blumenau trouxe seus já conhecidos chopes Pilsen, Weizen e Bock a R$ 3,75 cada copo com 400ml. O oBIERcevando já pode conversar com um dos proprietários aqui. A cervejaria trouxe uma novidade ao mercado, o chopp com 0,5% de álcool ou praticamente sem álcool, impulsionada pela Lei seca a cervejaria resolveu apostar no produto, qualquer um dos chopes custa R$ 3,75 o copo com 400ml.

A cervejaria DasBier de Gaspar ano passado esteve presente do lado de fora do pavilhões. Tivemos a chance de conversar com o Emerson em uma entrevista que você pode conferir aqui. Este ano dentro dos pavilhões trouxe seus três estilos de chope, disponibilizando mais variedade aos visitantes da festa. A cervejaria tem disponiveis os chopes Pilsen, Weizenbier e o Braunes Ale, que é um chopp amber, com notas leves de torrefação e equilibrado amargor, cada copo de 400ml da DasBier sai por R$ 3,75.

A Cervejaria Schornstein pela segunda vez participa da festa, trazendo as características da sua fábrica e “bar” em Pomerode para os pavilhões da festa, já conversamos com Mauricio, um dos proprietários aqui, o bar nos pavilhões tem sua estrutura remetendo a famosa chaminé que deu nome a cervejaria. Trouxe quatro estilos de chope, o clássico Pilsen, o Pilsen não filtrado, o reformulado Pale Ale e o famoso Bock, cada um sai por R$ 3,75 o copo com 400ml.

A cervejaria Wunderbier participa pelo segundo ano na festa, trouxe os chopes Lager hell e Schwarzbier, qualquer um dos dois sai por R$ 3,75 cada copo de 400ml.

A Opa bier de Joinville também inicia seus trabalhos na festa, após uma disputa sobre sua participação ou não na festa, o que limitava sua participação na festa eram alguns termos da licitação. Conseguiu liminar para paticipar da festa e está presente colorindo ainda mais o pavilhão. Trouxe dois chopes, o Pilsen e um Porter, cada um custando R$ 3,75 o copo com 400ml.

A Zehnbier como todos os anos participa e traz mais novidades a festa, além dos chopes produzidos durante todo o ano, temos novidades, um Pilsen Extra e um Helles bock vem agregar a variedade de produtos da marca, em um grande espaço montando no canto do pavilhão um, a cervejaria disponibiliza chopes e mesas para curtir a festa praticamente de um camarote, vale a pena conferir.

Isso tudo vale a pena, aproveitando entre 17:30 e 21:00, depois os pavilhões já começam a ficar mais lotados e talvez seja complicado apreciar as decorações das cervejarias e degustar tranqüilamente cada uma das 40 cervejas e chopes disponíveis nos pavilhões, de qualquer forma até o dia 26 de Outubro a festa acontece e tem produtos e público para agradar a todos. No decorrer da semana posts sobre degustações dos produtos disponíveis na festa, acompanhe.

Mais informações:

De domingo a quinta: R$ 5,00
Sextas e sábados: R$ 10,00
Ingresso livre para quem usar traje típico germânico e estudante paga meia entrada.

A festa ocorre do dia 09 de Outubro até o dia 26 de Outubro de 2008

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Bush Prestige

Para a virada do milênio a cervejaria Bush da Bélgica, preparou uma cerveja em garrafas de 1,5 litro com segunda fermentação, seu sucesso foi tanto que não sobrou nada.
Em 2003 a cervejaria reformou a fábrica e criou uma nova área, para recepcionar turistas e um museu, junto a este espaço fizeram uma nova área para fermentação, instalaram seis barris de carvalho com capacidade para 600 litros cada um. A idéia era reproduzir a Bush Milenium com a maturação nos barris, entretanto a Bush Amber que ficou acondicionada nos barris, resultando a Bush Prestige.
A idéia era alterar o processo de maturação, trazendo mais originalidade aos processos da cervejaria, ao invés dos tanques cônicos de inox, optaram por tentar fazer como no passado, deixando a cerveja acondicionada em barris de carvalho, a Prestige fica entre um período de 4 a 6 meses.
Uma pequena quantidade de açúcar e fermento é adicionada a cerveja durante o processo de engarrafamento, o famoso primming. Após este processo as garrafas são colocadas em uma câmara “quente”, para produzir a refermentação na garrafa, o que gera certa “nebulosidade” em seu aspecto e um volume muito elevado de álcool, chega aos 13%. A “antiquada” maturação em barris de carvalho, garante as pessoas, a certeza de descobrir um conjunto exclusivo de aromas e sabores. O sabor forte, os ricos aromas, para não falar da edição limitada e exclusiva, torna a Bush Prestige uma “prestigiada” cerveja. Abaixo impressões:

Cerveja: Bush Prestige
Apresentação: Garrafa 750ml.
Tipo: Belgian Strong Ale??
Álcool: 13%
Cor: Tons avermelhados, rubi, leve turbidez, brilhante.
Espuma: Baixa formação, porém o que se forma fica na copo até o final.
Aroma: Carvalho, notas defumadas, madeira, levedura, uva passa, complexo.
Paladar: Ótimo corpo, bem carbonatada, ligeiramente ácida, carvalho, picante, frutas maduras, leve defumado, sensação residual seca com leve adstringência.
Comentário: O drinkability desta cerveja é bastante elevado, ou melhor, perigosamente elevado, pois seus 13% não são percebidos, a única impressão que mais se destaca é o carvalho, às vezes tornando-se demasiado, mas é uma cerveja excelente, exclusiva e com personalidade.

domingo, 5 de outubro de 2008

As boas geladas da Oktoberfest - Revista Menu


A revista Menu deste mês traz uma matéria na seção Baixa Gastronomia sobre oque os visitantes poderão degustar exclusivamente na Oktoberfest deste ano, a repórter Beatriz Marques é quem assina a matéria e solicitou a ajuda de três especialistas no assunto. Fui um dos convidados a dar dicas e falar sobre os chopes, junto com mais dois mestres no assunto, a beer sommelier, editora da revista BeerLife e colunista da revista Menu, Cilene Saorin e o Baterista da banda Nenhum de Nós e consultor cervejeiro Sady Homrich. Particularmente fiquei muito feliz pela oportunidade e com o resultado, para ler é só clicar na imagem abaixo:

Fica a dica para quem vier visitar a festa se saborear com produtos de pequenas cervejarias, alguns exclusivos ainda apenas no estado de Santa Catarina. A festa começa nesta Quinta-feira, dia 09 de Outubro e vai até dia 26 de Outubro. Ainda esta semana um post exclusivo da festa.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Cervejaria D'Achouffe



No final dos anos setenta, dois irmãos, Christian Pierre e Gobron Bauweraerts decidiram criar sua própria cerveja e começaram o hobby com pequenas produções, mostrando a parentes e amigos.

Com pouco dinheiro disponível, na época tinham 200.000 francos belgas menos que 5.000 euros hoje, começaram sua produção e história cervejeira. Inicialmente era visto por eles como um hobby, a cervejaria Achouffe estava precisando desenvolver um projeto e tomar uma decisão para iniciar o negócio em tempo integral ou manter apenas como uma “aventura”. A primeira produção comercial de LA CHOUFFE foi feita em 27 de agosto 1982.
A cervejaria rapidamente fez sucesso e logo chegou a outros países, foi na Holanda que aconteceu a primeira e calorosa recepção. A Holanda continua sendo o principal destino das exportações da Cervejaria Achouffe. Hoje em dia mais de 20 países ao redor do mundo tem a possibilidade de degustar o nobre produto.
No segundo semestre de 2006, a cervejaria foi vendida para a Duvel Moortgat Brewery. A vontade do grupo em investir na Achouffe e desenvolver o potencial da Cervejaria foi crucial na negociação, e pela qualidade dos produtos da Duvel espera-se que melhore cada vez mais. Pude degustar dois bons exemplares da cervejaria disponíveis no Brasil, importados pela Casa da Cerveja, abaixo impressões:

Cerveja: La Chouffe
Apresentação: Garrafa 750ml.
Tipo: Belgian Strong Ale
Álcool: 8%
Cor: Dourado, leve turbidez, brilhante.
Espuma: Boa formação e baixa duração.
Aroma: Malte, lúpulo, cítrico, especiarias, leve frutado (laranja).
Paladar: Médio corpo, bem carbonatada, ligeiramente ácida, especiarias, álcool, picante, cítrico, sensação residual moderadamente seco e agradável doçura.
Comentário: Apesar de no rótulo estar dizendo "Blond Ale", seu teor alcoólico é mais elevado que o aceito para o estilo, e suas características remetem fielmente ao estilo Belgian Stong Ale, conforme BJCP.


Cerveja: MC Chouffe
Apresentação: Garrafa 750ml.
Tipo: Belgian Dark Strong Ale
Álcool: 8%
Cor: Castanho escuro, tons vermelhos, leve turbidez, brilhante.
Espuma: Boa formação e duradoura.
Aroma: Malte, frutado (ameixa, nozes), doce.
Paladar: Bom corpo, boa carbonatação, notas de álcool, picante, ameixa, caramelo, agradável doçura, sensação residual com leve amargor e traços quentes do álcool.
Comentário: Boa cerveja, com ótimo drinkability.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Entrevista com Garrett Oliver


Como, relembrar é viver, resolvi trazer a tona novamente a entrevista feita com o Garrett Oliver pelo Roberto Fonseca (Latinhas do Bob) para o caderno Paladar do Estadão, lembro que na época que o Garret estava no Brasil de férias em Bombinhas (SC) a convite do pessoal da Eisenbahn, pude conversar um pouco com o nobre cervejeiro, na oportunidade ele pode demonstrar seus dotes culinários e além de deixar claro seu amor pelo que faz, Garrett para quem não sabe é o mestre-cervejeiro da microcervejaria nova-iorquina Brooklyn.
Nesta vinda, além de conhecer o litoral catarinense, participou da abertura da Sommerfest 2008, que reuniu produtores artesanais catarinenses. Oliver é um dos mais respeitados especialistas em harmonizar cerveja e comida, é autor do livro The Brewmaster's Table, ele concedeu esta entrevista ao Roberto, entretanto a idéia por ele transmitida em nossa conversa era exatamente esta, você fazendo o que gosta, da forma correta, com seriedade e muita pesquisa, há sucesso, degustem mais esta entrevista sem moderação.

Roberto Fonseca - Quais cervejas brasileiras você já provou? Qual sua impressão sobre elas?
Garrett Oliver - É difícil para mim lembrar dos nomes, mas já tomei algumas. Estive em Blumenau em 2005 e fui a uma festa de cerveja. Algumas produções são bastante boas e fiéis aos estilos originais. No caso das microcervejarias, não consigo ver a razão de produzirem cervejas sem sabor como as feitas por produtores maiores.

R.F - Qual você considerou a melhor?
G.O - As cervejas da Eisenbahn são as melhores que eu provei, especialmente as weissbiers e a dunkel. A dunkel, para falar a verdade, é melhor do que muitas do estilo produzidas na Alemanha.

O cervejeiro aproveitando a festa Blumenauense.


R.F - Qual a imagem da cerveja brasileira nos Estados Unidos? Ainda somos conhecidos como o país da "lager fraquinha e amarelada"? Ou produções locais já são conhecidas por meio de sites de avaliação e exportadores?

G.O - Muitos americanos nunca provaram nenhuma cerveja brasileira, logo eles não têm uma imagem do que seja a cerveja brasileira. A Brahma começou a tentar (se tornar conhecida nos EUA), mas tiveram pouco impacto até agora. A Corona, do México, já ocupa a categoria de "lager tropical fraquinha", por isso será um páreo duro para eles.


R.F
- Qual foi a chave para as microcervejarias se multiplicarem nos Estados Unidos, mesmo competindo com fabricantes maiores e marcas importadas? Vocês têm de lidar com competição de preços de cervejas vindas de outros países? Ou trata-se de uma faixa diferente do mercado?

G.O
- Nós realmente fizemos parte de uma revolução culinária, junto com o queijo, o vinho e muitos outros tipos de comida. Quando os americanos começaram a comer melhor, eles também quiseram beber melhor. Além disso, as microcervejarias americanas são muito criativas. Isso quer dizer que nós tivemos uma oportunidade de apresentar novos sabores e realmente fazer com que as pessoas se interessassem por cerveja. No entanto, nós competimos sim com cervejas estrangeiras baratas, como a Stella Artois, para a qual conseguiram criar uma imagem "chique" na América. Os belgas acham isso muito divertido.


R.F
- Como a "educação cervejeira" do consumidor se desenvolveu nos Estados Unidos?

G.O
- Os livros de escritores como Michael Jackson (jornalista britânico, falecido em 2007) foram muito influentes. Além disso, o movimento de cervejeiros caseiros funcionou como uma espécie de incubadora para a cena cervejeira americana. Grandes chefs cozinham em casa primeiro. Nos Estados Unidos, é o mesmo com cervejeiros.

R.F - No Brasil, produtores de cervejas artesanais ainda têm de lidar com "preconceitos cervejeiros", como "a cerveja deve ser servida estupidamente gelada" ou "cervejas escuras devem ser doces e agradam mulheres". O mesmo ocorre com vocês?
G.O - Sim, o mesmo ocorre nos EUA com a questão da cerveja gelada. Agora, sobre a cerveja escura, é verdade? Eu nunca tinha ouvido essa! As mulheres não gostam de experimentar cervejas escuras lá. Temos de convencê-las a provar.

Garrett e eu brindando as boas cervejas no evento.


R.F - Qual o impacto de mostrar às pessoas como harmonizar boas cervejas com boa comida? Isso ajudou a disseminar conhecimento sobre cervejas de qualidade?

G.O - Parece ter tido um grande impacto. Muitos produtores agora usam a harmonização como uma grande ferramenta para promover suas cervejas. Também funciona como "elo" entre a cerveja e a vida das pessoas, mostrando a elas quão maravilhosa pode ser a bebida em um jantar em casa. Isso faz a cerveja passar de um divertimento para um item de luxo que não é caro. A maioria das pessoas pode comprá-las todo dia. Atualmente, muitas pessoas conhecem cerveja de qualidade e buscam por elas.

R.F - No vídeo Cheese Wars (www.youtube.com/watch?v=6Zwi__PCal0), você "duela" com uma enóloga durante uma degustação de cervejas, vinhos e queijos. Como você analisa a reação das pessoas quando elas descobrem aromas e sabores da cerveja?
G.O - Elas ficam bastante chocadas. Geralmente o público é composto de fãs de vinho, logo eles não esperam optar pela cerveja. Mas ela é tão claramente superior que eles têm de ser honestos e deixam a degustação como fãs de cerveja, que é meu principal objetivo. Eu adoro vinho também, mas a cerveja é bem mais versátil com comida, em especial com queijos.

R.F - Quão importante é para uma microcervejaria produzir uma grande variedade de estilos?
G.O - A criatividade é o maior pré-requisito para o sucesso da cultura cervejeira. Não importa onde você procure no mundo, a cerveja sempre é mais bem-sucedida onde há uma boa mistura de estilos tradicionais e novos. Eu adoraria ver produtores brasileiros começarem a fazer cervejas especificamente produzidas para combinar com comida brasileira, talvez com ingredientes nacionais únicos. O mestre-cervejeiro hoje é como um chef, ele pode buscar influências em todo lugar. A tradição é muito boa - nós fazemos muitas cervejas tradicionais -, mas se você quer realmente chegar à imaginação das pessoas, você precisa ser criativo. E é bem mais divertido dessa maneira!

R.F - Qual o segredo do sucesso para uma microcervejaria como a Brooklyn? Se você estivesse para abrir uma microcervejaria no Brasil, qual seria seu plano?
G.O - Creio que, obviamente, as cervejas teriam de ser sensacionais, mas o mestre cervejeiro precisa estar à frente do negócio ajudando a difundir a cultura, exatamente como os chefs fazem. Eles precisam trabalhar com chefs top de linha e harmonizar a cerveja com boa comida brasileira, e também com pratos de influência européia. A Brahma e outras cervejas industriais já se apossaram da "imagem de praia", e uma pequena cervejaria não vai quebrar essa associação. O microcervejeiro precisa se nivelar por cima. De lá, você pode tornar a cerveja mais acessível para todos.

R.F - O aumento nos preços do malte pode brecar o crescimento do movimento de microcervejarias no mundo?

G.O - Certamente será um desafio, especialmente em países com menos reservas. Torcemos para que as pessoas não se afetem tanto com o preço, porque certamente teremos de elevar nossos valores.

R.F - Há alguma coisa a mais que você gostaria de dizer?
G.O - Gostaria que as pessoas percebessem que nós (os norte-americanos) somos o povo que menos teria tendência a desenvolver uma grande cultura cervejeira. As pessoas pensavam que a cerveja deveria ter gosto de água com gás. Em 20 anos, passamos de 40 microcervejarias a mais de 1500. O mercado de cerveja artesanal nos EUA cresceu 11% no ano passado, e tem crescido todo ano desde a década passada. Cerveja de verdade, como comida de verdade, é tanto o passado quanto o futuro. As pessoas estão abrindo os olhos para coisas melhores e uma vez que as provam, não querem mais aceitar produtos industriais.


Mais informações:
Site do Garrett Oliver
Site da Cervejaria Brooklyn