quinta-feira, 15 de março de 2012

Bierland Strong Golden Ale e Sorvete Amarena



O conceito de harmonização consiste em complementação de sabores, seja por semelhança, por corte ou contraste. No Brasil tem-se o hábito de levar a mesa vinho para acompanhar uma refeição. Porém a cerveja também desempenha este papel perfeitamente, acompanhar a refeição harmonizando junto aos sabores do prato.

É comum achar que uma cerveja de alto teor alcoólico não combine com o verão. Porém, a maneira como a cerveja será degustada pode surpreender e trazer impressões interessantes. Resolvi apostar na combinação de uma cerveja intensa com uma sobremesa fria.

A harmonização de cervejas robustas e complexas, como este exemplar da Bierland Strong Golden Ale, pede um acompanhamento que alivie sua potência. O sorvete de Amarena, composto por iogurte e licor de cereja, é uma ótima opção. Isso porque a sobremesa está relacionada ao verão, o que faz um excelente contraponto com o "calor" que a cerveja proporciona.

A gordura do sorvete é cortada pelo álcool da cerveja. Além disso, o aquecimento trazido pela bebida recebe as baixas temperaturas da sobremesa, que não deixa a cerveja demasiadamente forte. O adocicado do sorvete, com notas de frutas vermelhas, é complementado com as características frutadas da cerveja, trazendo a harmonia dos sabores. O resultado final é um suave dulçor, com um sutil aquecimento, vindo do álcool presente na Strong Golden Ale, pedindo outra colher do sorvete.

Sinceramente é desaconselhável tentar isso as 14:00hs em um calor escaldante, o indicado é sorver ambos à noite. Longe do calor excessivo do dia você perceberá como uma cerveja 'forte' cabe em dias mais quentes, combinando com sorvete ou até mesmo outros tipos de sobremesas geladas.

terça-feira, 13 de março de 2012

Bamberg Kölsch


Colonia teve inicio de sua história cervejeira na Idade Média. A primeira prova escrita de uma cerveja em Colonia foi encontrada no cadastro imobiliário do município de Niederich por volta do ano 1170. A menção é feita sobre uma casa que foi vendida a "Ezelin bruere". A partir desta data, nomes dos fabricantes de cerveja e cervejarias começaram a aparecer nos registros.

No ano de 1302 a empresa cervejeira "Zum Leysten" foi fundada na Rua Eigelstein, onde fica hoje a Pravatbrauerei Gaffel Becker e Cia, fabricante da Gaffel Kölsch, conhecida mundialmente e importada para o Brasil. Na Idade Média, Eigelstein tornou-se então uma das ruas com maior concentração de cervejarias em Colonia. Isto pode ter sido, devido ao grande número de alunos estudando no vizinho "Bursen" (antigo nome alemão para instituto de estudos).

A existência de uma fábrica de cerveja neste endereço é comprovada pelo fato de a casa ter sido identificada como uma fábrica de malte num velho mapa da cidade. "Zum Leysten" foi a primeira cervejaria ali, em uma constante expansão da indústria cervejeira a cerca da Rua Eigelstein, um total de 18 cervejarias foram registradas nas imediações no ano de 1838.

Houve 44 cervejarias nas proximidades, incluindo as áreas circundantes. Apesar do número de fábricas de cerveja ter crescido mais que a população estudantil, o quadro mantém-se praticamente inalterado. Várias das cervejarias têm sobrevivido também como restaurantes.

As cervejarias de Colonia acordaram em 6 de março de 1986 que para proteger a identidade da Kölsch na Alemanha, só em Colônia poderia ser produzida a Kölsch. A “Convenção Kölsch” foi assinada pelos Conselheiros de 24 cervejarias produtoras do estilo, com a benção do então Presidente da Câmara de Colônia, Norbert Burger.

Este documento, que é único na indústria cervejeira alemã, baseia-se em parte a uma decisão judicial de 1980. A sentença determinou que Kölsch não é apenas um estilo de cerveja, mas também uma denominação de origem. De acordo com este documento, Kölsch só pode ser fabricada e “vendida” pelos fabricantes em Colonia, com exceção das cervejarias que já produziam o estilo há muitos anos, embora não tenham sido ou não são mais residentes em Colonia.

As orientações especificam como deve ser o estilo, fermentação, cor, paladar e claro seguir a Lei da Pureza Alemã de 1516. Além disso, a cerveja tem que ser servida exclusivamente no tradicional copo Kölsch que é alto e cilíndrico. A denominação de origem "Kölsch" também deve ser claramente visível em todas as apresentações externas, que inclui recipientes, embalagens e materiais comerciais.

No Brasil, a Eisenbahn foi a primeira cervejaria a reproduzir o estilo, que no início causou certa estranheza as consumidores, alguns chegaram a falar que era uma pilsen "melhorada". Uma total covardia com o estilo que tem características bem particulares. Além deste exemplar, o chope do Fritz em Monte Verde (MG) fabrica sazonalmente, porém este ainda não tive a oportunidade de provar.

E agora temos disponível o exemplar da Cervejaria Bamberg, de Votorantim. Será um lançamento sazonal da cervejaria, para o nosso período de carnaval, já que o período tem temperaturas quentes e a cerveja possui uma bela refrescância

A Kölsch é cerveja da familia Ale, com particularidades que lembram o preparo de Lagers, como por exemplo, um longo período de maturação e temperaturas amenas na fermentação. Este exemplar da Bamberg possui três tipos de lúpulo da região de hallertau e cinco variedades de malte, veja as impressões deste exemplar:


Cerveja: Bamberg
Tipo: Kölsch
Apresentação: Garrafa 600ml
Álcool: 4,8%
Cor: Dourado intenso, limpa, brilhante.
Espuma: Ótima formação, duradoura.
Aroma: Malte lembrando cereal, levemente condimentado (lúpulo), sutis notas frutadas (uva)
Paladar: Médio corpo, inicial maltado(doce), pão, notas sutis citricas, sensação residual agradavelmente amarga.

Comentário: Bom exemplar, possui boa carbonatação, começa com toques adocicados, para terminar com um agradável amargor, deixando marcas no paladar após degusta-la. Notável sabor de lúpulo, evidentemente agregado ao fino amargor que o mesmo agrega.


Mais informações: Site da Cervejaria Bamberg

De volta ao Lar



Um bom filho a casa retorna, esta frase sempre se faz valer quando você preza pelo seu cantinho. Muitos compromissos foram assumidos no período após a transição de blog para “portal”. E o mesmo estava exigindo tempo e dedicação para manter a casa em ordem, e infelizmente isto foi se tornando cada vez mais raro.

Não estava conseguindo responder a altura, creio que o blog é mais informal,com menos obrigatoriedade. Tendo que ser apenas coerente com seu propósito. No meu caso, seja de falar de uma cerveja em especial e sua história, seja uma entrevista, ou até mesmo, um desabafo. Afinal quem dita o tempo e o que fazer aqui sou eu, postarei com freqüência e me comprometo a fazer bem feito quando fizer.

Podem acreditar que voltei empenhado em fazer o que fazia a 5 anos atrás, quando comecei este blog, falar de cerveja. O famoso “FALE MENOS, FALE MELHOR”, onde acredito que somente cresceremos se educarmos o grande mercado consumidor, ou seja, precisamos falar principalmente com leigos. Não adianta somente ficarmos falando de nosso “mundo” particular sem dividir abertamente as informações, esclarecidas, com todo o tipo de público.

Ainda hoje comentarei de uma cerveja que chegou ao mercado recentemente, sendo a segunda do seu estilo em garrafa, e a terceira no país em “chope”.

Vamos juntos fortalecer, sejam bem vindo novamente a esta casa.

Paulo Feijão