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quinta-feira, 15 de março de 2012

Bierland Strong Golden Ale e Sorvete Amarena



O conceito de harmonização consiste em complementação de sabores, seja por semelhança, por corte ou contraste. No Brasil tem-se o hábito de levar a mesa vinho para acompanhar uma refeição. Porém a cerveja também desempenha este papel perfeitamente, acompanhar a refeição harmonizando junto aos sabores do prato.

É comum achar que uma cerveja de alto teor alcoólico não combine com o verão. Porém, a maneira como a cerveja será degustada pode surpreender e trazer impressões interessantes. Resolvi apostar na combinação de uma cerveja intensa com uma sobremesa fria.

A harmonização de cervejas robustas e complexas, como este exemplar da Bierland Strong Golden Ale, pede um acompanhamento que alivie sua potência. O sorvete de Amarena, composto por iogurte e licor de cereja, é uma ótima opção. Isso porque a sobremesa está relacionada ao verão, o que faz um excelente contraponto com o "calor" que a cerveja proporciona.

A gordura do sorvete é cortada pelo álcool da cerveja. Além disso, o aquecimento trazido pela bebida recebe as baixas temperaturas da sobremesa, que não deixa a cerveja demasiadamente forte. O adocicado do sorvete, com notas de frutas vermelhas, é complementado com as características frutadas da cerveja, trazendo a harmonia dos sabores. O resultado final é um suave dulçor, com um sutil aquecimento, vindo do álcool presente na Strong Golden Ale, pedindo outra colher do sorvete.

Sinceramente é desaconselhável tentar isso as 14:00hs em um calor escaldante, o indicado é sorver ambos à noite. Longe do calor excessivo do dia você perceberá como uma cerveja 'forte' cabe em dias mais quentes, combinando com sorvete ou até mesmo outros tipos de sobremesas geladas.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Jantar Colorado x Restaurante Figueira

A recepção montada no restaurante.


O Restaurante Figueira, que está se tornando um ponto tradicional da cultura cervejeira em Blumenau, realizou nesta ultima Segunda-Feira (31 de agosto) mais uma rodada de harmonização do Clube da Cerveja. Em parceria com o oBIERcevando o Clube da Cerveja convidou para seu terceiro encontro o chef João Leme e a beersomelier Cilene Saorin que junto ao chef prepararam uma harmonização com os rótulos da Cervejaria Colorado, que já tem 14 anos de estrada com chopp e apenas 2 anos engarrafando suas premiadas cervejas. Seus rótulos estão rankeados nas melhores publicações gastronômicas do país, eleitos com mérito entre os mais importantes concursos europeus.
Eu, Cilene Saorin e o amigo Rodrigo Nikima da Colorado.

O cardápio teve como entrada, salmão com espuma de caipirinha acompanhado da Colorado Cauim. O segundo prato servido foi um Gnocci ao molho de camarões que acompanhou a Colorado Appia. Para acompanhar a paleta de cordeiro recheada com cogumelo e nozes, foi servida a Colorado Indica (Índia Pale Ale). Com a sobremesa - mousse tiramissú – foi servida a Demoiselle, cerveja estilo Porter que leva café em sua formulação.
Salmão com espuma de caipirinha e Cauim.

A Cauim, cerveja do estilo pilsen que tem a Mandioca (Aipim ou Macaxeira) como um dos ingredientes teve um prato sutil, assim como ela, de acompanhamento, foi servido um Salmão com espuma de caipirinha, os dois se comportaram muito bem um frente ao outro, o prato tinha leve tempero, realçando o sabor do peixe, que recebia a cerveja e criava um terceiro sabor na união dos dois, ao final paladar limpo para a próxima garfada.
Gnocchi ao molho de camarões e a Appia.


A Appia, cerveja de trigo que leva mel em sua composição, recebeu como parceiro um Gnocchi ao molho de camarões, o molho que compunha o prato apresentava certo dulçor e também leve acidez e como a cerveja também possui estas características ficou um casamento perfeito, a gordura do molho era “combatida” pela cerveja e o paladar limpo mais uma vez aguardando a próxima garfada.
Paleta de cordeiro recheado com cogumelo e nozes e Indica


Na seqüência o dueto ficou a cargo da Paleta de cordeiro recheado com cogumelo e nozes e a Indica, famosa India Pale Ale nacional que tem a rapadura com um de seus ingredientes, “abrasileirando” o estilo. Esta talvez foi a menos “menos” empolgante das quatro harmonizações, pois funcionou apenas a função básica da cerveja cortar a gordura, faltou no prato um contraponto para “combater” o amargor da cerveja, que se destacou mais, porém nada demasiado, fazendo com que prato e cerveja fossem até o final.
Mousse Tiramissú e Demoiselle.

Para finalizar uma dupla infalível Mousse Tiramissú com a premiada Demoiselle, cerveja estilo Porter que leva café em sua formulação, o prato englobou a cerveja e vice versa, de uma maneira fantástica. As características que ambos tinham semelhantes como o café e chocolate eram realçadas quando se encontravam, entretanto havia o contraponto esperado, o doce do Tiramussú era “cortado” pelo amargor/torrefação da cerveja, deixando um leve residual torrado no paladar. Excelente combinação.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Feijoada & Weizenbock



A feijoada é um dos pratos mais típicos da culinária brasileira, o prato consiste na mistura de feijão preto com carnes de porco, geralmente acompanha farofa, entre outros ingredientes.
Reza a lenda que na época da escravidão, os senhores de escravos não comiam as partes menos nobres do porco e davam essas partes rejeitadas aos seus escravos.
Desta forma, os escravos pegavam estas partes do porco e acrescentavam ao feijão, cozinhando tudo em um mesmo recipiente, além de adicionar água, sal e pimentas.

Entretanto outra versão defende que a origem da feijoada vem a partir de influências européias. Alguns crêem que sua origem tem a ver com receitas portuguesas, das regiões da Estremadura, das Beiras e de Trás-os-Montes e Alto Douro, que misturam feijão de vários tipos, lingüiças, orelhas e pé de porco ou ainda pode ter sido influenciada por outros pratos europeus, como o cassoulet francês, que também leva feijão no seu preparo, na Espanha existe o cozido madrileño, já na Itália a “casseruola” ou "casserola" estes preparados com grão-de-bico.

Mas como o negócio aqui é cerveja, vamos harmonizar duas paixões nacionais a boa e velha feijoada junto de nossa respeitada cerveja, o exemplar escolhido foi a Aventinus uma bela Weizenbock que traz ótimas características para acrescentar ao prato.

O estilo Weizenbock é um dos que aprecio bastante, a lenda diz que nos mosteiros medievais germânicos, se produzia uma cerveja forte e nutritiva que ajudava os monges a suportar os períodos de jejum, diga-se período da páscoa ou quaresma, já que durante este tempo era proibido ingerir comida sólida, uma destas cervejas era a Weizenbock.
A Weizenbock é a versão forte de uma Weissbier. Geralmente é feita com pelo menos 50% de trigo. Podem ser pálidas e turvas, e são ligeiramente caramelizadas, geralmente sua cor varia do avermelhado ao castanho escuro, entretanto toda regra a uma exceção, temos um exemplo recente que é a Weihenstephaner Vitus, é uma Weizenbock, porém tem sua cor mais clara, puxada mais para o dourado.Embora as cervejas do estilo Bock sejam lagers, ou seja, de baixa fermentação, as Weizenbocks são Ale’s, de alta fermentação.

A harmonização ocorreu de forma perfeita, um chamava ao outro, após a ingestão do alimento, vinha o gole da cerveja, a feijoada tem traços picantes, boa carga de gordura, é salgada e tem toques defumados, a cerveja com seu dulçor harmonizava por contraste quebrando harmoniosamente o salgado da feijoada, a gordura do prato tinha um alto teor alcoólico pela frente que limpava o paladar, este alto teor também realçava ligeiramente o picante do prato que quando recebia as notas frutadas presentes na cerveja criava harmonia, um suavizando o outro e por final as notas defumadas do prato tinham como aliado as agradáveis notas de torrefação da cerveja.


Uma ótima experiência, ainda mais com a queda de temperatura desta época, fica perfeita, já que o prato esquenta, por isso na próxima feijoada, ao invés da velha caipirinha, por que não uma weizenbock?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Baden Baden Stout & Brownie

Particularmente acho que chocolate é uma das melhores invenções do homem, digo uma, pois outra com certeza é a cerveja, agora imagine estes dois juntos?

Esta é uma das harmonizações mais prazerosas para ser feita devido a facilidade de ambos se “abraçarem” no paladar, claro que é necessário relevar alguns pontos, como escolher a cerveja correta, indica-se as cervejas escuras para este tipo de harmonização, pois elas geralmente recebem quantidades consideradas de maltes torrados, trazendo a cerveja notas de torrefação, café ou chocolate e que conseqüentemente harmonizam perfeitamente com chocolate e sobremesas feitas com chocolate. Estes pontos evidenciam o equilíbrio entre o amargor da cerveja e o sabor adocicado do chocolate, que minimiza o amargor final da combinação. Vale ressaltar que é interessante sempre utilizar chocolate meio amargo, ou especial que tenha alta concentração de cacau, que não são exageradamente doces.

O chocolate branco por ser geralmente mais doce, vale tentar com cervejas que contenham também certa doçura, como Strong Ales belgas, arriscando talvez até Tripel´s, porém como não fiz ainda esta “combinação’ fica para um próximo post este resultado.

Recebi este Kit para harmonização de Páscoa, do pessoal da Baden Baden, uma garrafa da consagrada Stout junto de um delicioso Brownie caseiro.
A cerveja apresenta notas de torrefação, traz leve secura ao paladar, chocolate e agradável residual adocicado, seus 7,5% são muito bem inseridos no conjunto, passando despercebido, percebi também uma leve lembrança de açúcar mascavo no aroma, mas é fato que a receita deste exemplar não leva açúcar.

O Brownie é fenomenal, possui leve crocância em sua “casca” e por dentro apresenta uma textura pastosa com chocolate e nozes. A harmonização por semelhança é surreal, tamanha a complexidade de ambos, extremante bem feitos, se casam em uma linda união de sabores, após a mordida no Brownie, sua consistência cremosa e doce toma o paladar, este adocicado cremoso recebe a cerveja em seguida que acentua o paladar do chocolate, a torrefação quebra um pouco o adocicado do Brownie que por sua vez quebra discretamente o amargor da cerveja deixando outras características aparecerem, como o álcool da cerveja que aparece trazendo “calor” a harmonização. O resultado final é um paladar suavemente limpo com deliciosa sensação de torrefação, doce, chocolate.
Uma rica experiência que vale a pena ser realizado novamente, com outro doce e outra cerveja talvez, porém sempre com os ingredientes principais: Chocolate e Cerveja.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Colorado Demoiselle e Serra do Conduru Vintage 80%


Uma tendência mundial já é notável e não tem volta, o “artesanal” cada vez ganha mais status e reconhecimento, após um período aonde as indústrias é quem produziam nossos bens de consumo, pequenos produtores, alguns ainda familiares, estão mantendo uma opção de produtos diferenciados no mercado, os produtos artesanais.
Nota-se no azeite, vinho, pão, queijos e mais recentemente no Brasil as cervejas, estas que tanto proporcionam alegria com novidades e aprendizados, e hoje trago mais um produto que se diferencia pela sua qualidade e acompanhamento no preparo, os Chocolates Nugali.
Localizada na cidade catarinense de Pomerode, que fica aproximadamente a 22km de Blumenau, a Nugali é uma das poucas marcas do Brasil que realmente fabrica seu próprio chocolate. Trabalhando do cacau ao produto final, podendo daí garantir qualidade, exclusividade nas formulações e processos.
O casamento então era mais do que certo com uma boa cerveja. Por possuir uma variedade de chocolates, optei por escolher um dos seus melhores produtos, o Serra do Conduru Vintage 80%. Este chocolate é produzido com cacau cultivado na Fazenda São Pedro, nos sopés da Serra do Conduru na Bahia. As características dos frutos usados em sua composição e sua torra suave resultam em um sabor único, permitindo um teor de 80% de cacau, o mais alto produzido no Brasil, e devido a esta alta concentração e seu cuidadoso preparo permite uma prazerosa degustação, em que diferentes aroma e paladares se revelem gradualmente.
A cerveja escolhida foi a Colorado Demoiselle, cerveja elaborada a partir da parceria do Ricardo Rosa e a Cervejaria de Ribeirão Preto, é uma cerveja que em um primeiro momento surpreende pelo aroma e gosto de café muito destacado, estas impressões tive quando tomei os primeiros testes, neste exemplar já percebi uma diminuição no “café” equilibrando mais o conjunto e trouxe mais sabores “além” café.
O Demoiselle foi criado por Santos Dumont depois do 14 Bis, em francês Demoiselle significa “libélula”, o “avião” teve este nome por lembrar uma. Ele voou pela primeira vez em 1907 e foi sofrendo ajustes até 1909. O nome da cerveja relembra a ligação de Dumont com a cidade de Ribeirão Preto e também com o café, já que a família de Santos Dumont possuía fazendas na região, e provavelmente os custos na criação do Demoiselle foram pagos com capital proveniente da produção cafeeira.
Dois bons produtos artesanais juntos, o chocolate tem consistência firme e boa adstringência, com considerado amargor, contém sutil doçura e sabor persistente na boca, ao degustar a Demoiselle ambos misturam-se e se perdem, fica difícil identificar qual é qual tamanha a sintonia, a torrefação presente na cerveja completa o leve torrado presente no chocolate, o ligeiro amargor da cerveja é completado pelo amargor do chocolate, o café se mistura ao doce, uma parceria muito boa e prazerosa. Fica no paladar depois, ligeiras lembranças de chocolate e do café. Vale a pena fazer esta parceria.
Mais informações:

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Dicas de Inverno - Strong Ale e Parmesão.

Encontramos nas cervejas diversos aromas e sabores presentes nos queijos. A carbonatação estimula as papilas gustativas acentuando os complexos sabores existentes no queijo. E o queijo por ser gorduroso deixa uma camada na boca revestindo-a, a carbonatação consegue "limpar" esta gordura, deixando o paladar pronto para um próximo pedaço e coloca harmonia entre os sabores presentes, tanto da bebida, quanto do queijo.Há muito tempo o pão é um dos melhores alimentos para se harmonizar com queijo e assim como a cerveja o pão é feito a partir de cereais, além do mais a cerveja é também conhecida como "pão líquido", por isso a facilidade na harmonização de cervejas com queijos.


As cervejas Strong Ales são muito versáteis na hora de harmonização com queijo, suas principais características, o frutado, notas adocicadas, condimentadas, baixo amargor e seu alto teor alcoólico ajudam muito a completar o paladar do queijo, para isso creio ser interessante harmonizar com queijos com maior tempo de maturação de textura mais consistente, que possua tons frutados e bom teores de sal.


Delirium Tremens é uma forma de perturbação mental passível de ocorrer em alcoólatras, quando estes ficam em abstinência de álcool e também pode ocorrer nos viciados em ópio, é caracterizada por tremores, suores, entre outros sintomas.
Porém este é o nome de uma das cervejas fabricadas na Cervejaria Huyghe que fica na Bélgica, ela foi lançada em 26 de dezembro de 1989, se tornou mundialmente famosa em 1998 quando foi eleita em Chicago a melhor cerveja do mundo. Sua venda foi proibida nos EUA devido ao nome, voltou ao mercado americano depois com o nome de Mateen.
A Delirium é uma Belgian Strong Ale com boa presença de malte, caráter frutado e levemente doce, e sua potência alcoólica (8,5%) foi bastante pertinente para esta harmonização.
O Parmesão é um queijo de origem italiana e suas principais características são o baixo teor de umidade e a textura granular. Este queijo nasceu no Vale do Pó por volta de 1200 ou antes, esta região era considerada o centro mais importante de fabricação de queijos na Europa. A massa é dura, compacta e quebradiça, de cor amarelo-palha, tanto o aroma quanto o sabor são picantes e fortes, a maturação do queijo Parmesão dura de 6 a 12 meses.


A harmonização por contraste aconteceu perfeitamente, pois possuíam características distintas, o salgado x doce, entretanto havia algumas características parecidas, trazendo muita harmonia na degustação, o parmesão com característica salgada, picante e notas adocicadas encontrava na Delirium Tremens equilíbrio, pois o salgado era gradativamente anulado, enquanto os toques adocicados de ambos se completavam e a textura um pouco oleosa do queijo tinha o alto teor alcoólico pela frente que limpava e deixava o paladar quase neutro para mais um pedaço, restava um leve adocicado e uma prazerosa sensação quente proveniente do picante do queijo e do álcool da cerveja.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Dicas de Inverno - Queijos e Cervejas


Originário das estepes russas aonde é muito comum porém com paladar mais picante e forte, o queijo tipo Estepe é fabricado a partir do leite de vaca, submetido a um processo de semi-cozimento, prensagem, salga e maturação por aproximadamente 40 dias. O Estepe fabricado por aqui apresenta uma textura semi-dura e massa semi-cozida, de cor amarelo-palha, com sabor suave, ligeiramente doce e amendoado, seu aroma é suave e limpo.


Resolvi colocar o Estepe a prova junto a Lust prevendo já uma harmonização por semelhança pois ambos possuem sabores e aromas semelhantes, levemente adocicados e bem definidos, e foi uma harmonização muito prazerosa pois a massa semi dura deixa o paladar com as característica do queijo, o doce e o leve frutado, a Lust vinha com sua alta carbonatação e características frutadas completar o queijo, deixando ao final uma leve sensação adocicada.


O outro queijo foi o Gorgonzola, e Gorgonzola é uma pequena cidade italiana situada no Vale do Pó, a 20 Km de Milão, norte da Itália. O queijo é originário desta região com relatos de sua elaboração desde o ano 880 da era cristã, com sua denominação original de “Stracchino di Gorgonzola”.


É produzido com leite de vaca (o tradicional com leite cru e a versão brasileira devido a leis sanitárias é com leite pasteurizado) apresenta um alto teor de gordura e leve salgado. A textura interna tem veios de mofo que vão do cinza ao azul, obtidos pela presença da penicillium roqueforti, sua maturação dura em torno de 45 a 50 dias.

Com o Gorgonzola a Lust se comportou muito bem e foi uma "briga de gente grande", já que ambos possuem fortes personalidades, aqui já tivemos uma harmonização por contrastes, pois o Gorgonzola com alto teor de gordura tinha a Lust com o seu alto teor alcoólico e alta carbontação a sensação de"limpar" as papilas degustativas e no paladar o "salgado" do queijo contrastava com o adocicado da Lust, anulando sabores mais intensos e deixando o paladar equilibrado com leve notas salgadas e adocicadas além da sensação 'quente" devido ao alto teor alcoólico da cerveja.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Risoto de Palmito e Parmesão com Medalhões Suínos

Ando percebendo, como arduamente estamos batalhando pela cultura cervejeira no Brasil, e com a busca de informações, conhecimentos, referências se desdobra ainda mais o imenso universo da cerveja, um dos trabalhos de muita consistência e digno de reconhecimento é o da Eisenbahn, de levar ao conhecimento de todos a harmonização de comidas com cerveja. Tão digna e mais prazerosa é a visita ao blog do Edu Passarelli que não para de evoluir com suas receitas, harmonizadas com as mais diversas cervejas do mundo, um trabalho muitíssimo bem feito.
Por ter uma esposa gourmet, ela em constante busca do conhecimento gastronômico, e eu na interminável busca pelo conhecimento cervejeiro, já estava mais do que hora de unirmos forças, e também dar uma pequena contribuição no mundo da harmonização com cerveja. Apesar de já ter feito outras, resolvemos desenvolver ainda mais o trabalho.
O prato feito foi um Risoto de Palmito e Parmesão com Medalhões Suínos, acompanhado de uma Old Speckled Hen, cerveja inglesa já a algum tempo no Brasil, porém só recentemente está sendo comercializada em garrafas de 500ml.
O prato apresenta cremosidade, e a carne devidamente preparada, manteve todo o sabor que só a carne suína tem, a cerveja trouxe tons caramelizados, levemente frutado que em contrapartida tinha a leve cremosidade do risoto como parceiro, e se encaixou um ao outro, em compensação o final amargo que a cerveja trazia, vinha de frente com a carne de porco, ambos de gostos pronunciados, mas de perfeito agrado para a harmonia, nada se sobressaia.
Sem dúvida, aprendemos que a refeição, com uma cerveja bem escolhida para harmonizar, aumenta e muito o prazer de comer.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Inverno - Queijos e Cervejas.




As cervejas especiais estão cada vez mais presentes no menu brasileiro, e com a chegada do inverno, se percebe grandes mercados fazendo sua "Adega de queijos e vinhos", entretanto as cervejas especiais, diga-se produzida em pequenas escalas e com qualidade, estão infinatamente aptas a "casar" com os diversos queijos existentes no mundo, e por que?

Nas cervejas, encontramos diversos aromas e sabores presentes nos queijos. A carbonatação estimula as papilas gustativas acentuando os complexos sabores existentes no queijo. E o queijo por ser gorduroso deixa um camada na boca revestindo-a, e a carbontação consegue "limpar" esta gordura, deixando a boca "limpa", e colocando harmonia entre os sabores presentes, tanto da bebida, quanto do queijo.

E muito tempo o pão é um dos melhores alimentos para se harmonizar com queijo, e assim como a cerveja, o pão é feito a partir de cereais, e como a cerveja é também conhecida como "pão líquido" há facilidade na harmonização de cervejas com queijos.

Na Segunda-Feira, a Eisenbahn promoveu uma degustação de Cervejas e Queijos, com produtos de excelente qualidade e todos nacionais, a maioria dos queijos utilizados na degustação, também são de pequenos produtores, que cansados da pouca variedade e a grande industrialização da maioria dos queijos nacionais, resolveram trazer de volta arte de fazer queijos artesanalmente, e assim como a cerveja tem o mestre cervejeiro, o queijo tem o seu mestre queijeiro, que precisa de muito conhecimento e técnica para produzir os variados estilos de queijos existentes, com isso já é possivel encontrar uma grande variedade de queijos com qualidade, personalidade e sabores diversos e todos produzidos por pequenas empresas no Brasil.



Para começar os trabalho foram degustados uma kölsch com os queijos: Chèvre a l’huile e Bouchette

Chèvre a l'huile de origem Francesa (Provence), queijo de leite de cabra, pastoso, ótimo com pães e torradas, temperado com azeite e ervas, gosto ácido. O Bouchette também de origem Francesa não é tão pastoso quanto o Chèvre, porém a kölsch quando degustada após um pedaço de cada dos dois tipos de queijo vinha discretamente se envolvendo com os queijos, os tons bem maltados da cerveja, equilibraram perfeitamente com o estilo escolhido, as papilas ficavam
prontas para outro pedaço.

Em seguinda tivemos a Weizenbier com os queijos Brie e Camembert.



O Brie de origem francesa (Île de France), produzido do leite de vaca, massa mole, cremoso, coberto por mofo branco, aroma que lembra amônia. O Camembert também de origem francesa (Normandia), de leite de vaca, de massa mole, aroma amoniacal.

Com o Brie de forte aroma em sua casca de amônia deixou a weizenbier completa-lo pelas características frutadas da cerveja, com o Camembert mais suave, a cerveja se mantém na boca, percebendo o queijo ao final, produzindo um belo equilíbrio.



Após tivemos a Strong Ale com os queijos Gruyère e Gorgonzola

O Gruyère de origem suíça, de massa semi-dura, com olhaduras redondas e espelhadas, possui sabor adocicado, já o Gorgonzola originário do norte da Itália, é produzido com leite de vaca (o tradicional, com leite cru e a versão mais moderna, com leite pasteurizado) e apresenta um alto teor de gordura. A textura interna tem veios de mofo que vão do cinza ao azul, obtidos pela presença da penicillium gorgonzola (ou glaucum).

A Strong e o Gruyère pareciam únicos, a harmonização por semelhança destes dois foi incrível, pelo grau de sabores e aromas semelhantes, ambos levemente adocicados, foi uma das melhores harmonizações. Com o Gorgonzola a Strong já teve uma harmonização por contrastes, pois o Gorgonzola com seu alto teor de gordura, tinha a strong com o seu alto teor alcoólico "limpar" as papilas. e paladar "salgado" do queijo contrastava com o adocicado da Strong, mas nenhum se sobressaiu sobre o outro e ambos possuem forte personalidade.



A Weizenbock com o Reblochon



O Reblochon é originário da França, região de Savoie Rhône-Alpes, de leite de vaca, o leite é da segunda ordenha (mais gordo e substancioso), desenvolve mofo branco e azul na casca, o queijo é lavado duas vezes por semana em salmoura.
Nesta degustação, apelidamos de harmonização "casal", pois no ínicio temos um briga de sabores e aromas do queijo com a cerveja, e no final percebe-se que um nasceu para o outro, uma harmonização bem complexa e com um final feliz.



E para fechar com chave de ouro a Lust com Pont l’evèque e o Grana Padano.



O Pont l’evèque originário da França, da região de Normandia, é produzido a partir do leite de vaca com elevado teor de gordura e proteínas, de massa mole, adocicado quando fresco, de sabor muito intenso e forte após 3 ou 4 semanas. Pode desenvolver mofo branco e azul na casca.
Já o Grana Padano também produzido a partir do leite de vaca, possui cristalização do sal, o que o deixa granulado. Aroma doce e frutado. É originario da Itália e necessita de longa maturação é bastante salgado.

A Lust com o Grana Padano foi muito interessante pois o salgado anulou o adocicado da Lust, deixando claro outos sabores presentes na cerveja, como o alcool por exemplo, e com o Pont l'evèque a Lust harmonizou perfeitamente por semelhança por ambos possuirem caracaterísticas frutadas.


O resultado foi muito aprendizado, e como a cerveja realmente está para o queijo, e como disse no ínicio os pequenos produtores tanto de cerveja, quanto de queijo estão mostrando o verdadeiro sabor destes preciosos alimentos, afinal a cerveja também alimenta, não é o pão líquido? Segue alguns links de pequenos produtores destes queijos.

Capricoop: http://www.capricoop.com.br/

Witmarsum: http://www.cooperativawitmarsum.com.br/

sábado, 19 de maio de 2007

Harmonização: Tacos e Weihnachts Ale



Tomando como base a tortilha de milho, o taco é a figura mais representativa da comida mexicana. Originário da terra caracterizada pela cultura do milho.
A simplicidade, originalidade e fácil manejo, convertem ao taco em alimento indispensável para a dieta do mexicano.O taco é um legado da alimentação asteca que tem permanecido até nossos dias e que não só tem um grande valor na dieta dos mexicanos, mas também agrada aos paladares estrangeiros em especial ao brasileiro.
Comer um taco parece uma coisa simples, mas, até o jeito de "agarrar a tortilla" tem o seu segredo. O escritor Escalante Flores no seu livro sobre comida mexicana, resume as regras para poder desfrutar de um bom taco: "Pegue com os dedos e dobre uma das suas partes para não vazar o recheio.

Embora a tortilla tradicional é feita unicamente com a farinha de milho, muitas pessoas lhe acrescentam fabas, grão de bico, lentilha, feijão e papa (batata) para enriquecer o sabor.

No dia 31 de março de 2007 foi comemorado no México o Dia do Taco. Os mexicanos fizeram festas em homenagem a esta delicia tão famosa no mundo todo.

A Weihnachts Ale é uma cerveja de Natal Produzida pela Cervejaria Sudbrack, que produz as cervejas Eisenbahn, é uma cerveja do estilo Amber Ale, com teor alcóolico de 6,3% .

A tradição de fazer cervejas especiais de Natal na Europa vem dos antigos mosteiros, responsáveis até hoje, por algumas das melhores cervejas do mundo. Na época, os monges separavam os melhores ingredientes do ano e faziam uma cerveja especial para festejar o nascimento de Cristo.

A harmonização casou de forma perfeita, resolvi escolher a Weihnachts pois sabia de suas características lupuladas, seu bom corpo, e por ter toques frutados, que na minha opinião, suaviza o apimentado do prato, porém deixando o presente.

Outro ponto interessante foi como o tempero da carne, que levou cominho, da guacamole, que tinha coentro, e da tortilha de milho, com temperos marcantes, interagiam perfeitamente com um belo gole da Weihnachts, o sabor deles ficavam presentes, o bom paladar frutado da cerveja, com médio amargor, ficaram em perfeita sintonia.

Nenhum se sobressaia sobre o outro, deixando o paladar fresco para mais uma mordida no Taco, foi uma experiência muito interessante, merecedora de ser testada outras vezes.

terça-feira, 10 de abril de 2007


Tenho como um dos meus tipos de cerveja preferido, o tipo BOCK, a lenda diz que nos mosteiros medievais germânicos, se produzia uma cerveja forte e nutritiva que ajudava os monges a suportar os períodos de jejum, diga-se período da páscoa ou quaresma, já que durante este tempo era proibido ingerir comida sólida. Sobre o nome, acredita-se que a palavra Bock é apenas a abreviatura de Einbeck, cidade onde surgiu o estilo, e quando ela se espalhou pelo resto do país, a pronuncia da região, Einbeck, foi sendo adaptada aos dialetos locais, de onde teria surgido Beck e, mais tarde, Bock.



Mas neste dia, esperava-me uma Eisenbahn Weizenbok, cerveja forte de trigo, tendo muitas das características do estilo Weizen normal, feita com cinco tipos de malte, com uma intensidade maior, do sabor do malte, o corpo mais cheio e graduação alcóolica mais elevada.



E para harmonizar, resolvi optar por uma bela, e brasileira FEIJOADA, caseira, feita em panela de barro, com "maturação" de um dia para o outro de seus ingredientes.



A cerveja se comportou de forma expetacular, frente ao desafio, a cada garfada, tinha-se um apimentado na boca, e sutilmente em um gole, o sabor adocicado da Weizenbock, ficava em harmonia com a pimenta, realçando o paladar da ceveja, e mantendo o leve apimentado.


O corpo da cerveja passava limpando a boca, o amargor dava a sensação de limpeza do paladar, deixando mesmo assimo toques das carnes da feijaoada.


Um experiência impar, que vale a pena ser feita, por isso na próxima feijoada, ao invés da velha e boa caipirinha, por que não uma weizenbock?


DADOS DA CERVEJA:

Eisenbahn Weizenbock
Família: Ale
Tipo: Weizenbock
Coloração: Avermelhada escura
Amargor: Baixo
Aroma: Cravo e Banana
Paladar: Frutado
Teor Alcoólico
8%