sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Cerveja para os Pais


O dia dos pais no Brasil é comemorado no segundo domingo de agosto. Isso faz com que haja uma variação na data do mês.

A história mais conhecida em comemoração ao dia dos pais é a de William Jackson Smart, um ex-combatente da guerra civil que perdeu sua esposa quando os seis filhos eram ainda bem pequenos, criando-os sozinho. Sua filha Sonora Smart resolveu homenageá-lo, no ano de 1909, em razão da admiração que sentia, por este ter dedicado sua vida aos filhos e ter conseguido criá-los muito bem. A data escolhida foi a de nascimento de Willian, dezenove de junho.

Aos poucos a data passou a ser difundida a outras famílias da cidade onde moravam, no estado de Washington, sendo espalhada por todo país, até que o presidente Richard Nixon tornou-a oficial.

Porém, o primeiro registro de homenagem a um pai surgiu na antiga Babilônia, há mais de quatro mil anos, onde um jovem modelou e esculpiu um cartão para seu pai, desejando sorte, saúde e muitos anos de vida.

E como da Babilônia vieram as primeiras leis sobre nosso líquido preferido, resolvemos brincar um pouco com a idéia de sugerir um estilo, ou uma cerveja, para presentear. Levando em consideração seu estilo de vida, sua personalidade. Seria como uma harmonização de cerveja com o perfil do pai.



TRANQUILO – Para aquela Pai mais tranqüilo e de bem com a vida, uma cerveja leve e complexa merece preencher o paladar dele. Porque não uma Kölsch? As cervejarias de Colônia acordaram em 6 de março de 1986 que para proteger a identidade da Kölsch na Alemanha, só em Colônia poderia ser produzida a Kölsch. A “Convenção Kölsch” foi assinada pelos Conselheiros de 24 cervejarias produtoras do estilo, com a benção do então Presidente da Câmara de Colônia, Norbert Burger.

De acordo com este documento, Kölsch só pode ser fabricada e “vendida” pelos fabricantes em Colonia, com exceção das cervejarias que já produziam o estilo há muitos anos, embora não tenham sido ou não são mais residentes em Colônia.

O estilo apresenta complexidade e sutileza ao mesmo tempo, seu aroma apresenta notas de pão, malte, lúpulo, leve frutado. No paladar, médio corpo, leve adocicado, boa presença de malte e geralmente possui uma leve sensação residual agradavelmente amarga. Começa com toques adocicados, para terminar com um agradável amargor, deixando marcas no paladar após degustá-la. Uma cerveja tranqüila assim como seu pai.

Exemplos comerciais: Eisenbahn Kölsch, Bamberg Kölsh, Gaffel Kölsch, Früh Kölsh



TRADICIONALISTA – Aquele Pai que sempre prefere manter a linha, manter o estilo e a tradição merece então tomar uma verdadeira Bohemian Pilsener. Josef Groll, cervejeiro Baváro, foi contratado para ir a Pilsen e produzir uma cerveja pelo novo método alemão, uma cerveja “Lager”, ou seja, cerveja de baixa fermentação. Quando Groll foi produzir a cerveja teve tudo a seu favor. Em torno de 1840, Groll chegou em Pilsen e já se iniciava a oferta de levedura lager na cidade. Ele também teve disponível um excelente lúpulo local, o Saaz, água que possuía ótima leveza e maltes de cevada mais claros, sem características de torrefação ou defumado.

O cervejeiro Groll adicionou porções generosas do lúpulo local, perfumando a cerveja e utilizou maltes mais claros. Em 5 de outubro de 1842, ele e os outros fabricantes de Pilsen reuniram-se para a abertura do barril desta nova cerveja.

Quando abriram o barril, viram uma cerveja diferente de qualquer outra que eles ou qualquer outra pessoa no mundo tinham visto. A cor era dourada, era leve e clara. Podia-se ver através dela no copo de cristal e um aroma inebriante de lúpulo. Uma cerveja surpreendentemente refrescante.

Este estilo que foi popularizado, marginalizado no Brasil e no mundo, tem ótimas representantes, mantendo preservada boa parte das características que Groll buscou como refrescância, perfume floral de lúpulo, bom caráter de malte e médio teor alcoólico. Então, Pai tradicionalista não mexe em time que está ganhando, pelo menos este reforço ela merece.

Exemplos comerciais: Pilsner Urquell, 1795, Budweiser Budvar ou Czechvar, Starobrno, Wäls Bohemian Pilsen, Falke Bier Diamantina e Bamberg Camila Camila.


MODERNINHO – Existem aquelas Pais que sempre estão antenadas, acompanham tudo de novo e sabem o que é bom. Para esta seleção de Pais, nada mais justo que presentear com cervejas inovadoras, que estão se reinventando. A "escola" Americana apresenta bem essas particularidades. Na realidade diversas cervejarias do mundo, inclusive no Brasil, estão se reinventando e fazendo cervejas com particularidades muito intensas. A Itália é outra ótima referência em inovação.

Eles gostam de explorar tudo o que os lúpulos tem a oferecer, a utilização de barris de diversas madeiras para agregar complexidade a cerveja. Utilizar variados condimentos, frutas, outros adjuntos para trazer mais sabor e mais aroma. Enfim, tem muita coisa nova acontecendo e com a cerveja não é diferente, por isso, acompanhe seu Pai nesta nova “onda”.

Exemplos Comerciais: Harviestoun Ola Dubh, Infinium, Baladin Wayan, Vivre da Falke Bier, Founders Breakfast Stout, BodeBrown HopWeiss, Wäls Saison de Caipira.


REVOLUCIONÁRIO – Se sua Pai quer mudar o mundo custe o que custar ele tem que ter uma cerveja a altura no dia dele. Existe hoje uma forte tendência mundial a exploração dos estilos. Sem seguir muito parâmetros previamente definidos. Por que não inovar ou então, porque não revolucionar.

Algumas cervejarias já têm essa tendência a anarquia consciente. Se podemos fazer mais, porque não fazer então? Assim algumas cervejarias se destacam, usando o convencional e o não convencional nas receitas de cerveja. Seja na postura de marketing do produto, dizendo em alto e bom som, que não vieram para ficar fazendo média. As cervejas geralmente são revolucionárias e inspiradoras, visto a alta qualidade delas. Então apresente a seu Pai mais estas militantes cervejeiras, acredito que ele também vai vir para este lado da força.

Exemplos comerciais: Bodebrown Cerveja do Amor, Dum Petroleum, Wensky Old Ale, 2 Cabeças Hi-5.


ESPORTISTA – A cerveja durante grande parte de sua existência foi considerada um alimento. Algumas pessoas ainda a consideram um alimento. Não faz muito tempo que começou a ser considerada uma bebida alcoólica. Apesar disso a cerveja é extremamente rica em minerais, proteínas, etc.

Para manter a linha do Pai esportista, temos no Brasil a Erdinger Sport, é a primeira cerveja isotônica para atletas e para todas as pessoas que buscam uma vida saudável. Livre de aditivos químicos, gordura ou colesterol, mantém o sabor original da cerveja de trigo e contém apenas 25 Kcal por 100ml. Ideal para ser consumida após o esporte, ela contém todas as vitaminas do Complexo B, além de minerais como Potássio, Fósforo, Magnésio, Sódio e importantes aminoácidos. 

Além das cervejas "sem álcool", qualquer cerveja com baixo teor alcoólico, bebida em pequenas porções, tem diversas ações benéficas ao nosso organismo. Aposte nas que possuem zero componentes químicos.

Exemplos Comerciais: Erdinger Sport - Teor alcoólico:0,39%.


ESTRESSADO – Hoje em dia, as horas passam e você não conseguiu resolver tudo o que precisava, o dinheiro entra e sai muito rápido da conta, realmente tem Pai que não agüenta e estressa muito.

Para este Pai os ensinamentos dos monges trapistas são a melhor forma de passar um pouco de paz enquanto degusta sua cerveja. A vida dos Trapistas segue o príncipio fundamental do ora et labora, vivendo em grande austeridade e silêncio, orientada para a experiência do Deus vivo. Esta "atividade" é chamada de contemplação, isto é, a busca contínua da união com Deus. Uma das únicas formas de ter um pouco mais de paz, por isso um sofá e uma bela cerveja trapista farão com que seu Pai estressadinho viva pelo menos o dia dele em grande paz e silêncio.

Exemplos comerciais: Chimay,Orval, Achel, Westmalle, Rochefort e La Trappe, todas com variadas versões.

UM ÓTIMO DIAS DOS PAIS A TODOS, QUE FAZEM DA VIDA EM FAMÍLIA UM MOMENTO MÁGICO. PARABÉNS AOS AMIGOS CERVEJEIROS QUE PELA PRIMEIRA VEZ IRÃO COMEMORAR A DATA, UM BRINDE.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

SE LIGA....


Conforme informado pelo nobre amigo André Junqueira de Curitiba, da Morada, algumas pequenas correções no texto, com dados mais precisos sobre o assunto.

No Brasil, para usar a palavra cerveja no rótulo tem que ter ao menos 20% de malte. Neste caso a denominação da bebida será " Cerveja de XXX", onde o "XXX" é o outro ingrediente predominante nos 80% restante. A exigência de 55% é para denominar apenas como "Cerveja" no rótulo, o restante pode ser outros cereais, maltados ou não.  
Os famosos cereais não maltados ou cereais cervejeiros indicados nos rótulos das principais marcas do país são simplesmente quirela de arroz ou gritz de milho. Porém as marcas populares não destacam estes ingredientes nos rótulos, será que causaria desconforto em seus clientes? Aliás, é de conhecimento que estas marcas populares já utilizam menos de 55% de malte na receita, além de descumprir a lei, enganam o consumidor que ainda venera e defende a marca preferida.

  

Na ultima reunião realizada em Brasília, cerca de um mês e meio atrás, com o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) órgão que rege o setor, , as micro cervejarias solicitaram que fosse destacado no rótulo a utilização do Corante Caramelo, pois as grandes cervejarias vem utilizando até mesmo na "Pilsen" deles o corante para acerto de cor, você sabia disso? 

Eles alegam que não tem como colocar no rótulo, pois não usam sempre, hã hã sei, e sim esporadicamente para "correção de cor". Portanto seria inviável mudar o rótulo a cada lote, caso tenham usado ou não o corante. Uma informação que não chega ao consumidor e o mesmo deveria saber, para fazer melhor suas escolhas. 

E uma ultima informação desta reunião é que a duas grandes cervejarias sugeriram o aumento do limite mínimo de malte de cevada na composição da cerveja, acreditem se puderem, mas a dona do mercado sugeriu que ficasse do jeito que está.
Recentemente um estudo realizado no Centro de Energia Nuclear na Agricultura, da USP de Piracicaba, e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), comprovou a prática desleal de utilizar mais cereais não maltados do que o permitido.


O principal motivo da utilização destes ingredientes é a retirada, extração, exclusão, subtração das principais características da cerveja: o corpo, a cor, o sabor e o aroma. Visto que, com menos malte e também menos lúpulo e mais cereais não maltados, a cerveja fica mais “leve”, “suave” ou então “abrasileirada”. Este termo abrasileirar, além do uso indevido, desmerece o paladar do consumidor brasileiro, porém é fato que a grande maioria não gosta mais de sentir sabor na cerveja e o principal problema para muitos é o amargor.


Geralmente são as pessoas mais velhas que apresentam este repudio ao amargor, daí pergunto: Você tomava cerveja no final dos anos 70 e começo dos anos 80? Se a resposta é afirmativa, conto uma historinha verídica a ele: Sabia que naquela época a marca Y, que o senhor tanto gosta, tinha 28 IBU’s (Unidade que mede o amargor da bebida) e que hoje esta mesma marca tem no máximo 8 IBU’s? O que aconteceu com seu paladar? Ele se  atrofiou? Vou além e pergunto se gosta de comida de hospital, a resposta é a mesma com todos, ninguém gosta. Então por que o problema está com a cerveja, se ela tem sabor intenso, aroma intenso, ela é ruim, é muito forte e não dá para beber. Solicito uma gentileza, reveja seus conceitos.


O mote disso tudo é a constante comparação dos consumidores, pontos de venda e até mesmo distribuidores,  com cervejas de baixíssima personalidade sensorial (água colorida com gás) com cerveja artesanal. A comparação e preocupação é sempre a mesma, a diferença de preço. Poxa, muito simples, por que o carro Camaro, não tem o mesmo preço do Gol, ninguém vai lá reclamar com a Chevrolet que está caro, aliás, ninguém faz esta comparação óbvia. E com a cerveja, não poderia ser assim também, sem comparações absurdas? 


Não dá para comparar, grandes e médias indústrias cervejeiras têm produções em volumes grandes, conseguindo diluir o custo facilmente, uma série de incentivos fiscais nos estados, um grande poder de barganha na hora de comprar insumos, pagam percentuais de impostos menores que as micro cervejarias, utilizam cereais não maltados, quantidades mínimas de lúpulo.  Já micro cervejarias tem produção em volumes pequenos, consequentemente a diluição do custo se complica. Praticamente nenhuma negociação na hora de compra de insumos, altos impostos, a maioria utiliza somente malte e quantidades generosas de lúpulo, o ingrediente mais caro da cerveja. Resumindo, não tem como comparar.


Então, as micro cervejarias devem explicar ao seu consumidor estes fatores, elucidando seu cliente sobre a diferença, sobre o seu trabalho. Também não se basear em políticas comerciais de grandes cervejarias, esta “prostituição”da nossa pequena fatia do mercado é ineficaz e prejudica a todos.  Convoco a todos a comparar e separar o Joio do Trigo, antes que a erva daninha tome conta da plantação. 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Nem tudo que brilha é Ouro



Notável o crescimento do mercado de cervejas “especiais”, “gourmets” ou “artesanais”. Isso se deve ao trabalho de muitos que amam fazer/trabalhar com cerveja. Vide o número expressivo de  cervejarias surgindo no país, segundo o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) que fiscaliza o setor, no ano passado surgiram 31 novas cervejarias no país, um número expressivo e que tende a aumentar com o passar do tempo.


Interessante notar que junto as novas cervejarias, estilos pouco conhecidos pelos consumidores brasileiros começam a se tornar populares, alguns caindo facilmente no gosto do povo.
Um estilo de cerveja tem como base quatro princípios básicos: teor alcoólico, cor, amargor e características sensoriais (aroma e sabor).  Além de todo conteúdo histórico que determinado estilo carrega ao longo de séculos de tradição. Todos estes critérios estão baseados em duas instituições americanas, o BJCP (Beer Judge Certification Program) e a Brewers Association que publicam e cuidam das atualizações dos guias de estilos.


Com isso, não poderia desenvolver uma cerveja ale escura, com 7% de álcool e dizer que é uma Pilsen, longe disso, uma Pilsen, seja Bohemian ou German, tem que ser dourada, ter de 4% até 5,5% de álcool, etc. Por isso existem regras para classificação de estilos, para que não tenha confusão na hora de produzir uma nova cerveja e orientar o consumidor sobre o que ele está comprando. Estes guias também servem de base para competições cervejeiras.


Na atual cena cervejeira brasileira, temos diversas cervejarias fazendo a lição de casa bem feita, seguindo a tradicional escola alemã, ou então fazendo ótimas cervejas belgas e aquelas que utilizam como referência a antiga escola inglesa. Além destas três, temos cervejarias inovadoras seguindo a tendência americana em produção de cerveja, uma nova escola que ainda irá escrever muitas páginas na história da cerveja mundial.
Entretanto nem tudo que brilha é ouro, percebe-se algumas cervejarias que “ainda não se encontraram” afirmando que estão fazendo um determinado estilo, que ele é daquele jeito e pronto! Sou da opinião que realmente não deve haver limitação na criação, mas desde que esta inovação seja benéfica e que agregue ainda mais personalidade ao estilo. 


Este pensamento de dono da razão é prejudicial, pois educa de maneira errada o consumidor, querendo dizer que 2+2=5. A tendência do momento é fazer estilos de cervejas com forte personalidade de lúpulo, com cada vez menos lúpulo. E dizer que a cerveja não é americana é inglesa, se referindo as duas escolas cervejeiras. Afirmam que os americanos são apaixonados por lúpulo, e isso é verdade, fazem cervejas extremamente lupuladas, outra verdade. E que os ingleses, inventores de muitos estilos com forte personalidade de lúpulo, fazem cervejas com pouco lúpulo, com pouco amargor, uma mentira sem vergonha. Claro que uma IPA Americana é diferente de uma IPA Inglesa e que ambas são muito diferentes de algumas IPA’s Brasileiras, que ficam no limbo e não sabem para onde irão. Isso acontece com Pale Ales também.


Não dá para deixar isso passar em branco, sem avisar a todos, antes que se torne moda falar “a minha cerveja não é americana, é inglesa, por isso é suave e tem mais malte do que lúpulo no sabor”, isto falando de uma IPA. Um bom exemplo de cerveja inglesa disponível no mercado é a tradicional Adnams que o MR. BEER está importando exclusivamente para seus pontos de venda. A Adnams Ghostship é uma Pale Ale que apresenta lúpulo do começo ao fim, é bem amarga e um final seco que pede outro gole. Então, por favor, nada de querer me dizer que sua cerveja é inglesa, pois vou contestar, e não me venha então dizer que é uma versão “abrasileirada” do estilo, para que o consumidor não se assuste. Se está com medo, para que veio? Ou então, se não aguenta vai produzir leite.


Existe inúmeras maneiras de conseguir informações sobre estilos, visite o país de referência, compre livros, pesquise na internet, consulte um cervejeiro caseiro, contrate um bom beer sommelier para trabalhar junto, tenha um pouco de cuidado com o que informa, pois todos queremos crescer, e juntos com o mesmo objetivo e conhecimento, será mais fácil. 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Microcervejaria Extraomnes (Itália)


Para falar sobre o "mundo Extraomnes" não devemos ser totalmente ingênuos, culturalmente falando. Muito do que foi escolhido em termos gráficos e de comunicação da cervejaria tem significado histórico. O cão, que é evidente em cada um dos rótulos, deriva historicamente a partir de um mosaico encontrado nas ruínas de Pompéia, que continha os dizeres "Cave Canem", que nada mais é que: Cuidado com o cão".

Além disso um outro "detalhe" está na coleira do cão, que tem escrito metade de outra famosa frase: "Semel in anno licet insanire". Estas palavras fazem parte de um conceito, expresso por mais de um autor (Sêneca, em primeiro lugar, e depois Agostinho e também Horácio), segundo a qual, a cada tantas vezes (Semel em anos) é bom fazer uma pausa para libertação mental (licet insanire).

EXTRAOMNES quer dizer "queiram sair todos", pronunciado pelo Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, e não pelo Decano, nada mais é que parte do cerimonial prescrito pela Igreja, para que os Cardeais Eleitores se isolem, diante de Deus, para a escolha do novo Chefe da Igreja (Papa), sem a presença de qualquer pessoa que não estiver efetivamente envolvida na votação.

Presente no cenário cervejeiro italiano a pouco tempo (2anos), o mestre cervejeiro Luigi "Schigi" d'Amelio, originário e apaixonado pelo mundo do vinho, pelos meados do ano 2000, fez um curso sobre cerveja e desenvolveu grande interesse por essa bebida, tornou-se muito conhecido entre os blogs de cerveja italianos.

Em 2007 quando ministrava uma palestra sobre cerveja, conheceu o propietário de uma empresa que faz torrefação de café e que também era apaixonado por cerveja. A partir daquele momento este empresário convence Schigi a fazer parte de um empreendimento cervejeiro, a EXTRAOMNES. A ideologia deles é: "fazemos cerveja que gostamos de tomar", tendencialmente cervejas de escola belga. Depois de 3 anos fazendo cerveja em um maquinário automático de 30 litros, ajustando as receitas, foi oficialmente lançada a cerveja no IBF (italian beer festival), e venceu como a melhor cerveja do campeonato com a ZEST! No mesmo ano (2010) venceu como a melhor microcervejaria italiana, hoje em dia conta com uma vasta gama de cervejas, seja em linha, sazonais ou colaborativas, detalhe é que todas são Ales (Alta fermentacao).

Esta degustação e texto aconteceu devido a parceria com o amigo Doug Melo, blumenauense que está morando na Itália, lá é professor e dá aulas no curso de formação de sommelier de cerveja da Associação Italiana de degustadores de Cerveja. Em breve estará de volta ao Brasil para fortalecer ainda mais o mercado. Vamos as cervejas....
 

Cerveja: EXTRAOMNES
Tipo: Saison
Apresentação: Garrafa 355ml
Álcool: 6,9%
Cor: Amarelo palha, turva.
Espuma: Baixa formação, média duração.
Aroma: Casca de pão, pimenta branca, Frutado (Abacaxi, laranja), adocicado, sutis notas condimentadas.
Paladar: Média corpo, notas de pão, picante, frutado(laranja), condimentos, leve acidez, sensação residual com firme amargor e seca.
Comentário: Cerveja interessante, poderia ser mais "ousada" nos condimentos e ser mais discreta na lupulagem, porém, não deixa de ser uma boa interpretação do estilo.

 
Cerveja: EXTRAOMNES
Tipo: Blond Ale
Apresentação: Garrafa 355ml
Álcool: 4,4%
Cor: Amarelo Palha, naturalmente turva, pois não é filtrada.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Lúpulo, gramineo, cítrico, leve dulçor.
Paladar: Média corpo, boa carbonatação, preenche a boca, dando a impressão de ser encorpada, inicio com sutil maltado, notas de lúpulo que passeiam entre notas cítricas e frutadas, sensação residual agradavelmente amarga e seca.
Comentário: Boa cerveja. Sem dúvida seria uma "session beer" do dia a dia.


Cerveja: EXTRAOMNES ZEST
Tipo: Belgian IPA?
Apresentação: Garrafa 355ml
Álcool: 5,3%
Cor: Dourado intenso, levemente turva.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Lúpulo e Lúpulo, frutas tropicais (Maracujá, abacaxi, manga), notas condimentadas.
Paladar: Média corpo, boa carbonatação (viva), leve acidez, refrescante, cítrica, frutado (maracujá, abacaxi), leve base de malte sustentando esta carga de lúpulo, sensação residual agradavelmente complexa: amarga, frutada e seca.

Comentário: Excelente cerveja, com cárater de lúpulo limpo, evidente e perfeitamente equilibrado, transbordando sabores da flor. Amarilo e Citra são dois dos lúpulos utilizados.

Cerveja: EXTRAOMNES/BUSKERS
Tipo: Trippel
Apresentação: Garrafa 355ml
Álcool: 8,8%
Cor: Ambar, turva.
Espuma:Boa formação, duradoura.
Aroma: Picante, condimentado, terroso, maltado, álcool.
Paladar: Bom corpo, boa carbonatação, especiarias, frutado (Pêssego), sutis notas cítricas, bom equilibrio com amargor e sensação residual com agradável aquecimento alcoólico.

Comentário: Excelente cerveja, uma cerveja colaborativa da Extraomnes com a Buskers, que se definem como "birrificio intinerante", ou seja, cervejeiros que produzem utilizando várias cervejarias como parceiros, não tendo uma unidade própria. Foi uma edição limitada e com certeza degustaria outras vezes.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Oktoberfest 2012

Decoração de Ipes no pavilhão das microcervejarias.

No dia 10 de Outubro teve início a 29º Oktoberfest em Blumenau. Em 2007 detalhei sobre a história da festa na cidade, confira aqui. E a cada ano que passa a festa está melhor. As decorações nos pavilhões e as decorações das cervejarias estão mais detalhadas, trazendo grande identidade visual a festa. Este ano o pavilhão 1, onde ficam as microcervejarias, cada um dos pontos de venda de chope é uma réplica de uma casa histórica da região de Blumenau. Além disso, diferente de anos anteriores, a decoração do pavilhão não tem imagens da europa e sim do Vale do Itajai. Ótima maneira de preservar e valorizar aquilo que está embaixo de nossos pés e a nossa frente. Infelizmente os pavilhões onde ficam os pontos de venda do chope Brahma tem pouco atrativo, assim como nos anos anteriores poderiam ter caprichado um pouco mais na decoração.


Pavilhão da Brahma.

Um público de aproximadamente 192 mil pessoas esteve nos pavilhões do Parque Vila Germânica de quarta-feira dia 10, até sábado, dia 13, segundo a comissão organizadora da festa. Este ano a festa iniciou numa quarta-feira, em razão do feriado de 12 de outubro (sexta-feira). O dia de maior movimento foi no sábado, quando 77 mil pessoas participaram do evento. No mesmo período foram consumidos 225 mil litros de chope, registrando uma média de 1,15 litros de consumo per capita. E será que foi das microcervejarias o maior volume? Arrisco dizer que sim....

O consumo de chope nos quatro primeiros dias foi superior a 220 mil litros. Mas o total não inclui o consumo nos camarotes, no Empório Vila Germânica e no Park Restaurante. A venda nestes locais será incluída somente no final do evento, explica a organização.

Visão geral do pavilhão das microcervejarias.

Ano passado a festa ocorreu entre os dias 06 a 23 de Outubro, recebeu 563.925 pessoas e foi consumido 626.547 litros de chope, este total de consumo não inclui a venda de garrafas de cervejas importadas.A expectativa é de superar esta marca, visto que o público e o consumo aumentam a cada ano. A festa teve um período de pouco público e pouco consumo de chope, quando em 2005 com a inclusão das micro cervejarias da região, a festa voltou a crescer.

Os estilos das cervejas continuam gradativamente aumentando e evoluindo, abaixo comentarei sobre as opções cervejeiras na festa. Gosto sempre de frizar esta dica, para quem deseja vir na festa e aproveitar conhecendo os pavilhões, observando a decoração montada pelas cervejarias, o conselho é que seja no período das 15:00 às 21:00, depois os pavilhões já ficam mais lotados, e sobra fila para comprar chope, pegar chope, ir no banheiro, fica a dica. Sobre as cervejarias:



A cervejaria Bierland está disponibilizando os chopes: Pilsen, Weizen e Pale Ale, além da linha de cerveja em garrafas: Pilsen, Pale Ale, Blumenau, Vienna e Bock. A cerveja Imperial Stout infelizmente somente no bar da fábrica. O copo com chope de 400ml. custa R$ 5,00 e as garrafas R$ 10,00.


A cervejaria Wunder Bier de Blumenau está com três opções de chope: Lager Hell, Schwarzbier e Weizenbier.  O copo com chope de 400ml. custa R$ 5,00.


A Das Bier fica na cidade de Gaspar, colada em Blumenau, já tive a oportunidade em conversar com o Emerson em uma entrevista que você pode conferir aqui. Este ano eles trouxeram seus cinco estilos de chope, disponibilizando mais variedade aos visitantes da festa. A cervejaria tem disponiveis os chopes Pilsen, Weizenbier, Braunes Ale e Pale Ale, além da novidade que é o Stark, um chope feito em parceria com as cervejarias Bodebrown, Colorado, Coruja, Wäls, do estilo Strong Scoth Ale possui 8% de álcool. O copo de 400ml da DasBier sai por R$ 5,00, exceção o Stark que custa R$ 10,00.


A Eisenbahn tem disponível os chopes Pilsen, Weizen, Pale Ale e Dunkel. Mais toda a linha de cervejas em Long Neck que inclui: Pilsen, Weizen, Kölsh, Pale Ale, Natural, Rauchbier, Weizenbock, Strong Golden Ale e a sazonal Oktoberfestbier. O copo de 400ml de chope sai por R$ 5,00, qualquer uma das garrafas saem por R$ 6,00.

Todas cervejarias estão preparadas, contando com estrutura para receber visitantes, por isso a maioria faz visitas guiadas na área de fabricação, explicando processo e história da fábrica. Porém vale salientar que sempre é bom verificar os horários de visita para cada cervejaria, e também o horário de funcionamento do bar ou restaurante anexo. Pois fui barrado no ultimo final de semana em uma cervejaria, pois só quem tinha mesa podia pedir chope, não tinha "comanda" para quem estava de pé. Uma atitude deselegante visto que era impossível o lugar não estar cheio devido ao feriado prolongado, assim como eu, várias pessoas resolveram ir embora. Atente-se e agende com antecedência a visita, vale a pena.

INFORMAÇÕES:

Pavilhões:

Abrem diariamente a partir das 18h. No dia 12/10, aos sábados e aos domingos, os pavilhões abrem às 11h. As horas anteriores a abertura dos pavilhões são dedicadas à manutenção e limpeza dos espaços, não sendo permitido o acesso.

INGRESSOS

Nos dias 10 e 28/10: entrada gratuita.

No dia 12/10, aos sábados e aos domingos: ingressos cobrados a partir das 15h. Nos demais dias: a partir das 18h.

No dia 11/10, as sextas e aos sábados: R$20,00.

De domingo a quinta (exceto dia 11/10): R$6,00.

Meia-entrada: estudantes e pessoas com 60 anos ou mais.

Pessoas com traje típico alemão não pagam ingresso.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Ultimo Gole - Fica em casa quem quer.


Que os eventos cervejeiros estão acontecendo com maior intensidade, isso ninguém pode negar, e neste final de semana, as regiões Sul e Sudeste estarão cheias de atividade. Então nem pense em ficar em casa dizendo que não tem nada melhor para fazer. Além de ótimas cervejas, serão oferecidas: boas companhias, boa música e muita descontração. Então programe-se:
 
 
Pessoal de Porto Alegre terá uma ótima oportunidade em fazer um "passeio"cervejeiro na capital gaúcha no próximo sábado dia 06 de Outubro. Um projeto inicializado em Belo Horizonte pelo amigo Rodrigo Lemos, e que agora em Porto Alegre será conduzido pelo amigo Fabian Ponzi e pelo próprio Rodrigo, tornando-se uma oportunidade impar. Abaixo o flyer com mais informações. Caso queria entrar em contato com eles, clique aqui.
 


Na capital Paranaense a festa será de premiação. A ACerva Paranaense organizou um concurso de cervejeiros caseiros e o resultado será divulgado em uma grande festa neste sábado a partir das 14:00hs. Além de boas cervejas caseiras, diversas cervejarias de Curitiba e região estarão presentes no evento. Será mais um dia e tanto em Curitiba. Abaixo flyer com mais informações.

 
A capital paulista, terá pela segunda vez o Beer Experience, que este ano vem com mais cervejarias e importadoras. Transbordarão novidades no evento, detalhe na programação musical que conta com o show da banda de rock Velhas Virgens e Raimundos. Nem pensar em ficar em casa sentado, por favor. Abaixo flyer com informações.

 
A ACerva Catarinense promoverá neste final de semana na capital catarinense, Florianópolis, um ótimo curso com o mestre Paulo Schiaveto.  Atendendo à necessidade crescente de especialização dos cervejeiros e aprofundamento de conhecimento do processo de produção, a ACervA Catarinense traz a Florianópolis, SC, o renomado curso de Processos Cervejeiros do Paulo Schiaveto. Trata-se de um curso avançado, voltado para cervejeiros que já dominem o processo de fabricação e que buscam aprimorar suas cervejas. Se interessou? É só entrar no site da ACerva Catarinense clicando aqui.
 
 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

American IPA - Cervejaria Davok

Quando se fala do Uruguai dificilmente associamos a cultura cervejeira, mas assim como no Brasil, pequenas cervejarias estão incitando o paladar da população com cervejas interessantes. A Cervejaria Davok é uma microcervejaria localizada em Montevidéo.

Tudo começou quando um dos atuais sócios da Sul Brewery foi estudar para uma prova do seu curso de bioengenharia e viu sobre a utilização de levedura em escalas industriais, e neste mesmo livro, viu sobre o procedimento para fazer cerveja em casa.

A partir daquele momento, a curiosidade de tentar fazer cerveja levou dois dos parceiros do atual projeto a entrar em contato com o grupo de homebrewers do Uruguai e começar com eles a incrível experiência em desenvolver e produzir as próprias cervejas.

Seguidos por outros três amigos, foram dois anos de desenvolvimento, com diferentes receitas para consumo próprio. Inesperadamente, donos de dois bares de Montevidéu que haviam provado as cervejas, gostaram e falaram que queriam comercializar aquela cerveja.

Foi assim que os cinco sócios decidiram formar a empresa em janeiro de 2008 e colocar no mercado as várias receitas que desenvolveram como cervejeiros caseiros.

Depois de um ano de instalação do equipamento e ajustar minuciosamente o processo, produzindo o volume necessário para ser considerada uma microcervejaria, a Cerveja Davok, foi lançada oficialmente no The Shannon Irish Pub, incluindo em seus estilos a primeira cerveja “personalizada”, ou produzida sobre contrato, do país, a Shannon Dunkel.

A marca Davok veio depois de conversas e intensas pesquisas com vários parentes e amigos. Atualmente cervejas Davok estão à venda em diferentes áreas de Montevidéu.

A cervejaria baseia-se no guia de estilos do BJCP para o desenvolvimento da maioria dos estilos, exceto cervejas desenvolvidas para clientes, que solicitam conforme o gosto deles.

Já tinha ouvido falar bem desta cervejaria, e tive a oportunidade de degustar três rótulos. Abaixo impressões sobre a American IPA:

Cerveja: Davok
Estilo: American IPA
Apresentação: Garrafa 600ml
Álcool: 6,5%
Cor: Âmbar, limpa, brilhante.
Espuma: Boa formação, média/baixa duração.
Aroma: Lúpulo (Cítrico, abacaxi, maracujá, laranja), notas de malte remetendo a caramelo.
Paladar: Médio corpo, inicial maltado(caramelo), seguido por generosa porção de lúpulo cítrico, frutas tropicais, maracujá, sensação residual agradavelmente amarga e intensa.

Comentário: Boa cerveja, tanto no paladar, quanto no aroma se percebe uma verdadeira “salada de frutas tropicais” vinda da boa base de lúpulos. Começa com toques adocicados vindos do malte, passeia pelos sabores do lúpulo, para terminar com um agradável amargor, deixando um persistente e agradável sabor no palato.

Mais informações: Cerveza Davok

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cervejaria Bierbaum



Andreas Thaler nasceu em 10 de setembro de 1883 na cidade de Wildschönau - Tirol, Áustria. Filho de agricultores estudou em uma escola franciscana na cidade de Hall. Tinha o dom político natural de falar e organizar. Em 1919 foi eleito Prefeito da cidade de Wilschönau. Em 1924, após substituir o atual Ministro da Agricultura por óbito, foi eleito oficialmente em 1926 no cargo de Ministro da Agricultura da Áustria.


Nos anos trinta, deixando uma Europa em dificuldades, o Ministro da Agricultura da Áustria Andreas Thaler decide imigrar para o sul do Brasil, e funda a Colônia Dreizehnlinden, hoje mais conhecida como município de Treze Tílias. Ele veio a falecer de forma trágica em 1939.

Porém deixou a cultura enraizada nas outras pessoas que ali ficaram. Continuaram a escrever uma bela história e a construir uma linda cidade, com detalhes culturais únicos, atrações turísticas e uma aconchegante cervejaria. Mais conhecida como o “Tirol Brasileiro“, a cidade hoje possui aproximadamente seis mil habitantes.


Foi no dia 23 de abril de 2004 que se iniciaram os trabalhos da CERVEJARIA BIERBAUM. Fundada pelos irmãos Bierbaum, a fábrica foi construída em anexo ao charmoso e tradicional Restaurante Edelweiss, preservando em sua construção o estilo alpino, característico da região dos Alpes austríacos. No início a ideia era de um Brewpub (Local que fábrica e vende a cerveja no mesmo local), e assim foi por muitos anos. Aos poucos este posicionamento foi mudando e a fábrica aumentando. O espaço que tanques ocupam hoje, no passado era um salão para eventos e uma parte do restaurante Edelweiss, que diminui seu espaço de atendimento, porém não o seu charme.


O Restaurante e Pizzaria Edelweiss é uma charmosa casa no estilo austríaco. Um local bem aconchegante, onde se encontra um variado cardápio, podendo apreciar pratos típicos austríacos, belas pizzas que saem do forno a lenha ou pratos diversos. Além, claro. de poder degustar e sentir o frescor dos chopes produzidos ali ao lado.

Hoje a cervejaria conta com cinco cervejas em linha, a Lager, que é uma American Premium Lager, suave, correta e com discreto aroma de lúpulo, cerveja de “combate”. A outra cerveja é a Gold, que eles consideram como Pilsen. É bem maltada, força alcoólica perceptível (5,7%), sutis notas picantes, e um toque de lúpulo discreto, porém assertivo. Ela lembra mais uma Heller Bock pelas suas características, do que propriamente a Pilsen. Apesar deste detalhe na classificação, é uma boa cerveja.

Além delas, a Weiss da cervejaria se demonstrou um bom exemplar nacional do estilo, inclusive sendo premiado com medalha de Prata no South Beer Cup 2012. Ela se apresenta com intensas notas fenólicas, lembrando cravo e condimentos, acompanhados de agradáveis notas frutadas, lembrando banana. Lembrando que no Brasil, se utiliza mais fermentos “secos” para produção de Weissbier, é um grande trabalho do cervejeiro conseguir fazer uma Weiss/ Weizen representativa. Agora, timidamente, começou a oferta por fermento liquido, ainda levará um tempinho para ter fornecimento regular para micro cervejarias, porém a luz no fim do túnel está cada vez mais perto.


A Dunkel em minha opinião é a cereja do bolo, é uma schwarzbier demonstrando ser um bom exemplar do estilo. Merecidamente recebeu medalha de Ouro no South Beer Cup 2012. Possue notas torradas, café, sutil achocolatado, No sabor apresenta bom caráter de malte, seguindo as impressões do aroma. Bem equilibrada se torna fácil de degustar.
A bock da cervejaria tem marcante presença de malte no aroma, trazendo notas de torrefação, caramelo, chocolate. No sabor o malte novamente domina com um agradável dulçor, caramelo, levíssima sensação de torrefação, finalizando com um breve aquecimento alcoólico (6,7%).

O cervejeiro Itamar Zanini, irmão do popular cervejeiro Evandro Zanini, é quem toca o barco por lá. Mantendo conversas com o irmão, Itamar na oportunidade, nos apresentou o teste de duas novas cervejas que entrarão em linha sazonal, em um futuro não muito distante. Uma Vienna e uma Weizenbock que talvez ainda passem por pequenos ajustes, entretanto já deixaram boas impressões. Elas foram degustadas onde será o futuro laboratório de microbiologia da cervejaria. Um passo e tanto para a continua evolução na qualidade dos produtos Bierbaum. Acredito ser importantíssimo esta preocupação da Bierbaum e espero que outras micro cervejarias sigam o exemplo. Lembro que Eisenbahn e Bodebrown já possuem laboratórios também.
Itamar Zanini servindo a Weiss

Mais informações no site da Cervejaria, clique aqui.